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Por Agência Amazonas
Não foram registradas hospitalizações ou óbitos. Todos tiveram formas leves da doença
FOTO: Caroline Soares/ IPCCBDados preliminares do estudo CovacManaus, realizado pela Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) e pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), por meio do Instituto de Pesquisa Clínica Carlos Borborema (IPCCB), demonstram que após três meses da aplicação da dose de reforço, apenas 26 participantes vacinados pela pesquisa apresentaram resultado positivo para Covid-19. Todos tiveram formas leves da doença.
Os números correspondem ao período de 30 de setembro de 2021 a 8 de janeiro deste ano. Não foram registradas hospitalizações ou óbitos pela doença entre os 4.400 participantes que receberam dose de reforço com a vacina AstraZeneca.
De acordo Maria Paula Mourão, médica infectologista e coordenadora da pesquisa, os dados são positivos e reforçam a importância da população completar o esquema vacinal. “Estamos observando um quadro de maior circulação viral em todo o país e, também, no Estado do Amazonas, mas com importante redução das formas graves da doença. Isso indica que a vacina protege, e protege muito! Lembrando que nossos participantes são pessoas vulneráveis, com comorbidades, e mesmo nessas pessoas observamos uma proteção vacinal muito significativa”, destaca a pesquisadora.
A coordenadora da pesquisa lembra que a vacina não evita a contaminação pelo novo coronavírus e que o objetivo é evitar hospitalizações e óbitos.
Os dados apresentados serão submetidos à publicação científica. As etapas de recrutamento e vacinação estão encerradas. O estudo está em fase de acompanhamento.
Números – Entre aqueles que apresentaram infecção por Covid-19, três foram no mês de novembro de 2021, cinco em dezembro de 2021 e 18 em janeiro deste ano. “A partir de dezembro já esperávamos o aumento de infecções respiratórias devido ao período chuvoso na nossa região; além disso, tivemos a introdução da variante Ômicron, deixando o mundo inteiro em maior suscetibilidade para Covid-19. Nossa equipe está preparada para testar todos os participantes que apresentarem suspeita da doença, basta comparecer à Arena Amadeu Teixeira”, destaca Maria Paula Mourão.
As principais comorbidades entre os participantes com Covid-19 foram obesidade (69.2%), hipertensão (15.4%), asma (7.7%), outros (7.7%).
Acompanhamento e testagem – É importante que todos os participantes do CovacManaus, vacinados e não-vacinados, mantenham seus acompanhamentos telefônicos e realizem a coleta de exames, conforme agendamento do call center.
Caso apresentem sintomas de Covid-19, os participantes podem realizar teste de swab gratuito, na Arena Amadeu Teixeira, de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h e aos sábados das 7h às 13h, exceto feriados.
CovacManaus2 – O objetivo é avaliar a resposta imune à aplicação de dose de reforço contra a Covid-19 com o imunizante AstraZeneca. Participam da pesquisa trabalhadores da educação e da segurança pública de Manaus, com idade entre 18 e 49 anos, com comorbidades, que foram completamente vacinados pelo estudo CovacManaus e mantiveram acompanhamento regular, conforme o protocolo do projeto.
A pesquisa é coordenada pela médica infectologista da FMT-HVD e Pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação da UEA, Maria Paula Mourão, e pelo médico infectologista da FMT-HVD e especialista em saúde pública da Fiocruz-Amazônia, Marcus Lacerda.
O estudo conta com financiamento do Governo do Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e das empresas XP Investimentos e Stone Pagamentos; além de parceria com a Fiocruz Amazônia, Fundação de Vigilância em Saúde Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS/RCP) e da Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (Semsa).