Seminário em saúde contou com depoimentos e apresentação do perfil sociodemográfico dos usuários
Nesta sexta-feira (14/10), profissionais e usuários do Ambulatório de Diversidade Sexual e Gêneros da Policlínica Codajás reuniram-se para celebrar os cinco anos de existência da unidade. O Seminário 5 anos de Saúde LGBTQIA+ e Processo Transexualizador no Amazonas: Construindo Saúde Integral para Todos aconteceu na sede da Policlínica, no bairro Cachoeirinha, zona Sul da cidade, com uma programação diversa para os usuários.
Coordenada pela Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), a Policlínica Codajás é a primeira unidade de saúde a ofertar serviços de saúde voltados à população LGBTQIA+.
Segundo a coordenadora do Ambulatório, Dária Neves, a unidade surgiu há cinco anos devido a uma alta demanda da sociedade. Atualmente, a unidade atende 564 pessoas de forma fixa.
“Durante esses cinco anos, nós, como profissionais da área e como servidores públicos, exercemos a nossa função, trazendo vida e saúde mental a essa população através de atendimento médico, com a hormonização cruzada – que infelizmente ainda não temos no serviço público, mas que conseguimos através de doações – e também emitimos as receitas necessárias para a compra desses hormônios”, afirma.
A coordenadora destaca ainda outros serviços disponibilizados na unidade. “Oferecemos o serviço de psicologia, oferecemos todo um atendimento de enfermagem, fonoaudiologia e serviços em geral junto com o serviço social para essas demandas”.
A programação do Seminário teve como público usuários do Ambulatório, convidados e público em geral, que acompanharam depoimentos e atividades que relembraram os principais marcos do serviço. Além disso, foi apresentado o perfil sociodemográfico dos pacientes, dados importantes para a elaboração e melhoramento das políticas de saúde para a população LGBTQIA+.
O evento teve ainda homenagens aos usuários, aos profissionais, mostra de artistas, exposição de quadros, brechó solidário, entre outras atividades.
Usuário do ambulatório há três anos, Isaac Lopes, de 20 anos, descobriu-se um homem trans aos 14 e viu na unidade de saúde um espaço de respeito e acolhimento.
“Quando eu tinha 14 anos eu me descobri como um homem trans, e antes do ambulatório eu era uma pessoa muito solitária. Essa falta de encontrar pessoas iguais a você pode fazer muito mal, você acaba sendo muito mais vítima de preconceito sendo sozinho, é uma luta totalmente solitária. E quando eu conheci o PAN [Policlínica] foi quando eu realmente entrei em contato com a comunidade, foi quando eu pude me libertar”, relata.
O ambulatório público estadual atende 564 pacientes fixos, que realizam diversos procedimentos em saúde para pacientes LGBTQIA+, com uma equipe multiprofissional, formada por psicólogos, ginecologistas, enfermeiros, endocrinologistas e técnicos de saúde.
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