A Universidade Federal do Amazonas (Ufam), por meio do Grupo de Pesquisa em Neurociências, celebra acordo de cooperação técnica com a Universidade da California – San Diego (UCSD). A cooperação entre as universidades na área de Neurociência e Biotecnologia, especificamente no que se refere ao desenvolvimento científico e tecnológico, representa um grande salto para a biotecnologia regional, tornando-se a vanguarda na linha de pesquisa em neurociência na Amazônia. A parceria foi divulgada no Diário Oficial da União de segunda-feira, 8.
O grupo é composto por pesquisadores, profissionais da saúde e acadêmicos de várias unidades, entre elas a Faculdade de Medicina, a Divisão de Biotecnologia do Centro de Apoio Multidisciplinar e o Instituto de Ciências Biológicas.
“O acordo é o primeiro passo para o início do projeto entre Ufam e UCSD que tem como objetivo identificar, a partir da biodiversidade amazônica, compostos neuroativos, que possam ser utilizados na área da saúde”, informa o coordenador do grupo da Ufam, professor Spartaco Astolfi Filho.
O projeto a ser desenvolvido em cooperação é intitulado “Prospecção e análise de compostos neuroativos a partir da biodiversidade amazônica”, apresenta uma vigência de 60 meses, contados a partir da data da assinatura. A equipe da Ufam é composta pelo coordenador, professor Spartaco Astolfi Filho, vice-coodernador, professor Robson Amorim, e os pesquisadores Whendel Mesquita, Elen Bethleen ,Enedina Assunção, Roberto Barbosa, Paloma Nôvo, José Wagner Garcia, Nathália Fernandes e Jimmy Heyden-Linhares. A equipe da UCSD é coordenada pelo professor Alysson R.Muotri, e as pesquisadoras Janaina Sena e Lívia Luz, que integram o Departamento de Pediatria e Medicina Celular e Molecular da Faculdade de Medicina.
O projeto também tem como objetivos estabelecer modelos de cultivos de células e de minicérebros para testar compostos neuroativos, inclusive os neuroprotetores, a partir da biodiversidade amazônica. Além disso, também objetiva treinar recursos humanos qualificados em cultivos de células animais, produção de minicérebros in vitro e prospecção de biomoléculas neuroativas.
Os resultados esperados são a implementação no Estado do Amazonas da metodologia de cultivos de células, diferenciação in vitro de células em neurônios e geração de minicérebros, além da criação de um banco de extratos e moléculas a partir de plantas (ou secreções animais) que tenham indícios de neuroatividade. A identificação de extratos/compostos neuroativos a partir da biodiversidade amazônica pode dar início ao desenvolvimento de medicamentos a partir dos extratos/compostos identificados, favorecendo a sustentabilidade e o fomento de um novo modelo econômico regional. “A expectativa é que o acordo de cooperação entre Ufam e a UCSD possa abrir novas oportunidades para o desenvolvimento de novos produtos naturais e tecnologias biotecnológicas a partir da biodiversidade amazônica, além de contribuir para o fortalecimento da cooperação científica entre Brasil e Estados Unidos”, ressalta o coordenador.