A Prefeitura de Manaus vai iniciar, na próxima segunda-feira, 5/5, uma série de treinamentos para Mobilização e Sensibilização à Hanseníase, direcionados a um público estimado em 1.200 trabalhadores de nível médio e fundamental que atuam nas unidades de saúde da rede municipal. A programação será coordenada pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), por meio do Núcleo de Controle da Hanseníase, com cinco turmas, atendendo os Distritos de Saúde (Disas) Norte, Sul, Leste, Oeste e rural, entre maio e julho deste ano.
A chefe de Núcleo de Controle da Hanseníase, Ana Cristina Silva Malveira, explica que o treinamento tem a proposta de sensibilizar os trabalhadores da Atenção Primária à Saúde (APS), em especial os que atuam diretamente no acolhimento da população que procura as unidades de saúde para realização de exames dermatológicos, qualificando o atendimento.
“A Semsa realiza um trabalho de educação permanente dos servidores para a qualificação da oferta dos serviços. No caso do novo treinamento, a demanda surge pela necessidade de levar a esses trabalhadores mais informações sobre a hanseníase, que ainda é um agravo rodeado de estigma e preconceito, para que possam ser multiplicadores de informações sobre a doença e as formas de prevenção, diagnóstico e tratamento”, informa Ana Malveira.
A hanseníase é uma doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae, que afeta principalmente a pele e os nervos periféricos, podendo causar deformidades e incapacidades físicas caso o diagnóstico seja tardio. Em 2024, Manaus registrou 90 casos novos de hanseníase, com 18 casos notificados este ano.
“O treinamento dos profissionais que atuam no acolhimento dos usuários nas unidades de saúde é mais uma estratégia da Semsa para ampliar o diagnóstico precoce de hanseníase na Atenção Primária. São profissionais que têm o primeiro contato com o paciente na unidade de saúde e, tendo as informações necessárias, podem oferecer as orientações necessárias para encaminhar e conduzir o atendimento com a maior resolutividade possível”, apontou Ana Malveira.
Treinamento
A capacitação dos profissionais terá uma carga horária de quatro horas e será realizada em serviço, dentro da unidade de saúde, abordando questões como o conceito de hanseníase; acolhimento às pessoas com hanseníase e seus familiares; a situação atual da hanseníase no Brasil, Amazonas e Manaus; prevenção e como suspeitar da doença; diagnóstico; acompanhamento do tratamento; e complicações da hanseníase e prevenção das incapacidades e deformidades físicas.
A primeira turma terá início na segunda-feira, 5/5, no auditório da Unidade Básica de Saúde (UBS) Armando Mendes, localizado no conjunto Manoa, no bairro Cidade Nova, zona Norte, das 8h às 12h. A metodologia do treinamento em serviço será baseada em aprendizagem ativa, incentivando a participação em atividades práticas e reflexivas, incluindo palestras, discussões em grupo, estudo de casos e simulações.
Com a finalização dos treinamentos, Ana Malveira indica que a Semsa terá como resultado um número maior de trabalhadores mais aptos para o acolhimento e orientações nos casos suspeitos de hanseníase, e com uma melhor compreensão da relevância epidemiológica da doença no município.
“Esperamos que os profissionais tenham melhor entendimento também sobre as metas pactuadas em nível nacional para incrementar a detecção de casos de hanseníase, favorecer o diagnóstico oportuno, aumentar os desfechos positivos dos tratamentos, ampliar o percentual de cura de casos novos e reduzir o percentual de casos novos com grau 2 de incapacidade”, reforça Ana Malveira.
Sintomas
A transmissão da hanseníase ocorre de uma pessoa infectada pelo bacilo (sem tratamento) para uma pessoa sadia, por meio de gotículas de saliva eliminadas na fala, tosse ou espirro. As chances de transmissão são maiores quando o contato com a pessoa doente é próximo e prolongado.
Os sintomas da hanseníase incluem: manchas na pele esbranquiçadas, amarronzadas ou avermelhadas, em qualquer parte do corpo, com perda de sensibilidade ao calor, ao frio, a dor e ao tato, que são mais frequentes nos braços, pernas e costas, mas podem aparecer no corpo inteiro; sensação de fisgada, choque, dormência, câimbras e formigamento em algumas áreas dos braços, mãos, pernas ou pés; inchaço e dor nas mãos, pés e articulações; diminuição do suor e dos pelos, principalmente nas sobrancelhas; e redução da força muscular, sobretudo nas mãos (dificuldade para segurar objetos) ou nos pés.

Texto – Eurivânia Galúcio/Semsa
Fotos – Divulgação/Semsa