Na segunda-feira (03) ocorreu reunião, iniciativa do deputado Sinésio Campos (PT), na sede da Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA) para tratar do projeto do eixo multimodal Manta-Manaus. A reunião teve a presença de autoridades federais para discutir o assunto. A proposta prevê o acesso do Amazonas ao Oceano Pacífico, facilitando a importação de insumos da Ásia e criando uma rota para a exportação de produtos da Zona Franca de Manaus.
Conforme a proposta, a mercadoria é transportada por navio ou balsa da Ásia até Manta, no Equador, depois é encaminhada por meio rodoviário até Providência, também no Equador, seguindo em balsas até Letícia, na Colômbia. Em seguida, passa pelo porto de Tabatinga até chegar ao porto de Manaus, encurtando o trajeto de mercadorias e ampliando a integração entre os países da América Latina. Hoje, com a rota que utiliza o canal do Panamá, o transporte de produtos que vem da Ásia leva de 41 a 60 dias. Com a rota via Manta, a duração passa a ser de 31 a 35 dias, além de permitir a redução dos custos desse transporte.Como a implementação do projeto depende de ações do governo equatoriano, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) foi convidado para reunião para esclarecer qual o atual estágio da integração. De acordo com João Carlos Parkinson de Castro, Coordenador Nacional dos Corredores Rodoviários e Ferroviários Bioceânicos do MRE, as tratativas entre Brasil e Equador se iniciaram em 2007, mas esfriaram com o passar dos anos. “Hoje o comércio é de pouco volume entre os dois países. O projeto Manta-Manaus poderia ampliar essa integração. Esse projeto não deve ser visto como um corredor de transporte, mas como plataforma de desenvolvimento amazônico”, afirmou o diplomata.Dino Antunes Dias Batista, Diretor do Departamento de Navegação e Hidrovias disse que atualmente o principal entrave do lado brasileiro é o porto de Tabatinga, que precisa ser alfandegado para poder receber mercadorias que vêm do exterior. “Em termos de navegação no trecho brasileiro, estamos totalmente preparados, considerando os aspectos técnicos. Em relação ao porto de Tabatinga, é importante discutir como deve ser preparado para esse projeto. O trâmite da aduana de Tabatinga tem que ser muito bem discutido, já que a forma como se faz essa fiscalização pode inviabilizar o corredor”, explicou Dino Batista.A reunião foi proposta pelo deputado Sinésio Campos (PT), que participou de forma remota por estar cumprindo agenda em Brasília. O parlamentar defende a abertura da multimodal Manta-Manaus como uma política de Estado, que vai levar benefícios de longo prazo para as populações de Brasil e Equador. “É um corredor revolucionário, o Amazonas tendo a Zona franca de Manaus, o polo industrial se torna muito mais eficaz, tendo em vista que encurta a entrada de insumos da China e da Ásia como um todo”, afirma o parlamentar.Uma audiência pública para discutir o tema está agendada para o dia 10 de abril, às 9 horas, no plenário da Assembleia Legislativa. A expectativa é que os representantes dos setores público e privado de Brasil e Equador encontrem juntos a melhor forma de implementar o projeto.
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