Written by Sema Amazonas
Novos agentes representam 19 comunidades e vão atuar como multiplicadores ambientais
O município de Barcelos (a 399 quilômetros de Manaus) passa a contar com 59 novos Agentes Ambientais Voluntários (AAV) para monitorar o ordenamento pesqueiro do Rio Negro e, também, atuar como multiplicadores ambientais em 19 comunidades da região. Os novos AAV foram credenciados, na quinta-feira (20/04), pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), que coordena o programa.
O credenciamento acontece após três dias de capacitação, realizada por meio do Núcleo de Educação Ambiental da Sema. A formação integra a agenda de ordenamento pesqueiro do Rio Negro, que foi aprovado em assembleia geral, no dia 14 de abril. Segundo a coordenadora da ação, Maria Edilene Neri, os novos AAV vão dar apoio fundamental para a implementação dos novos acordos de pesca.
“A partir do credenciamento, esses 59 novos Agentes Ambientais Voluntários vão atuar, sobretudo, na sensibilização das suas comunidades a respeito do ordenamento pesqueiro, tirando todas as dúvidas de moradores, sensibilizando sobre a importância dos regramentos para conservar os recursos pesqueiros e os ambientes aquáticos para todos”, disse.
Além disso, os AAV passam a ser o braço direito da Sema na atuação como multiplicadores das ações ambientais, realizando ações de proteção, educação, conservação e monitoramento da floresta e dos rios. “São eles quem vão estar na ponta, no dia a dia das comunidades, ajudando com que as regras construídas sejam entendidas e efetivadas na prática”, completou.
Monitoramento de quelônios
Ações de monitoramento e conservação de quelônios também estiveram entre os aprendizados da oficina. O professor Paulo Andrade, que realiza o Projeto Pé-de-Pincha em diferentes Unidades de Conservação do Estado, por meio da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), também participou da formação.
Uma atividade demonstrativa ocorreu na comunidade do Daracuá, para ensinar os novos AAV as etapas de coleta de ovos, registro de dados, cuidados em berçário e soltura de filhotes. A expectativa é que, com o aprendizado, os agentes possam iniciar a implementação do projeto em suas comunidades.
“O Projeto Pé-de-Pincha foi implantado em 2006, em Barcelos, na Comunidade Ponta da Terra; em 2007, na Comunidade Daracuá; e, em 2015, na Comunidade Floresta. As comunidades Canafé, Santa Inês, São Roque, Elesbão, São Joaquim, Caburis, Bacuquara, Manacauaca, Tapera, Lago Grande e Bacabal solicitaram agora a implantação do projeto”, contou o professor.
Novos AAV
Os novos AAV representam as comunidades de São Luís, Cumaru, Bacabal, Manacauaca, Canafé, Bacuquara, Daracuá, São Joaquim, Ponta da Terra, Jaqueira, Boa Vista, Santa Inês, Romão, Tapera, Elesbão, São Roque, Lago Grande, Dom Pedro II e Cauburis.
Kegilla Nayanne, moradora de São Joaquim, disse que a formação vai auxiliar no dia a dia da comunidade. “ A gente aprendeu muita coisa que não sabia, coisas de suma importância para o nosso dia a dia, que vão nos ajudar a preservar o meio ambiente e a cuidar muito mais do lugar onde a gente vive”, disse.
Para o novo AAV, Frank Júnior, o programa é de extrema relevância para expandir as ações ambientais em Barcelos. “Tem uma importância gigantesca, tendo em vista que estamos no segundo maior município do Brasil. Os AAV vão poder auxiliar, orientar cada usuário do meio ambiente, tanto na minha comunidade como nas comunidades vizinhas, levando orientações para moradores e turistas”, ressaltou.
O secretário municipal do Meio Ambiente de Barcelos, Osmildo Barbosa, elogiou a iniciativa. “Vamos aumentar a capacidade de proteção do nosso Amazonas. Assim, colocamos em cada comunidade um Agente Ambiental Voluntário, que será um braço aliado das fiscalizações e órgãos reguladores”, destacou.
Barbosa acrescentou que o conhecimento que todos extraem e levam para a comunidade, visando a conservação e a sustentabilidade, faz com que as gerações atuais e futuras possam usufruir do meio ambiente de forma consciente.
Novos acordos de pesca
Em um momento histórico para a agenda ambiental do Amazonas, sete acordos de pesca foram aprovados durante uma Assembleia Geral, que reuniu cerca de 200 pessoas em Barcelos, no dia 14 de abril. A validação ocorre após 28 anos de tentativas de normatizar as atividades de pesca Rio Negro.
Agora, os rios Caurés, Quiuini, Negro (setores A, B e C), Aracá, Demeni, Padauiri e Preto vão contar com Instruções Normativas próprias, que definem regras de uso e o zoneamento dos ambientes aquáticos para pesca comercial, esportiva, ornamental, de manejo, além de áreas para preservação e pesca de subsistência.
Os novos acordos passam a valer após publicação no Diário Oficial do Estado (DOE).
Paisagens Sustentáveis
Toda a atividade foi apoiada por recursos do Projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia (Amazon Sustainable Landscape – ASL). A iniciativa é coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), executada pela Conservação Internacional Brasil (CI Brasil), Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e Fundação Getúlio Vargas (FGV), em parceria com Instituições de Meio Ambiente Nacionais e Estaduais. O ASL Brasil se insere no Programa Regional ASL, financiado pelo Fundo para o Meio Ambiente Mundial (GEF) e implementado pelo Banco Mundial (BM).