O programa Saúde Amazonas, lançado pelo governador Wilson Lima na última segunda-feira (31/08), vai descentralizar os serviços assistenciais à população do interior do estado, estruturar as unidades de saúde fora de Manaus e a atuar na regionalização de cinco polos (Itacoatiara, Manacapuru, Parintins, Tabatinga e Tefé) com a implantação do Saúde nas Calhas.
De acordo com o secretário executivo de Assistência (SEA) do Interior, Cássio Espírito Santo, a implantação do Saúde nas Calhas foi planejada desde o início dessa gestão estadual. “Ele (Saúde nas Calhas) entra agora com força total no programa Saúde Amazonas, onde a gente vai fazer a reorganização das regionais de saúde do Estado, definir os fluxos e definir os perfis das unidades”, disse.
O secretário da SEA Interior ressalta que a parceria com os municípios tem sido eficaz e apresentou resultados satisfatórios durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), como o índice de letalidade registrado como menos da metade da capital. Além de promoverem a descentralização de serviços, como o mutirão de cirurgias.
“No ano passado foram realizadas 22 mil cirurgias no interior, foram 22 mil pessoas que não precisaram vir à capital para se operar. […] Então, os municípios vêm fazendo essas ações para atender no seu próprio território a população, diminuindo a questão do transporte e o tempo de espera”, disse Cássio.
O secretário de Estado de Saúde (SES-AM), Marcellus Campêlo, também falou sobre como o projeto pretende alavancar a saúde pública nos municípios. “Nós temos uma meta ousada para evitar que mais de 1 milhão de amazonenses tenham que se deslocar da sua cidade para ser atendido na capital do Amazonas”, enfatizou o secretário.
Médico nas Calhas – Para estruturar a unidade de saúde do interior com reforço tecnológico e assistencial nos municípios polos de Itacoatiara, Manacapuru, Parintins, Tabatinga e Tefé, será implantado o programa Médico nas Calhas, ação do projeto Saúde nas Calhas. Dentro da proposta, existe a previsão de contratação de recursos humanos, reforma de unidades, aquisição de equipamentos e reorganização das regiões de saúde do Estado.
Cássio Espírito Santo explica que as regiões de saúde do Estado foram desenhadas por calhas de rio, mas que se deve levar em consideração os fluxos entre os municípios para que as ações sejam desenvolvidas de forma mais efetiva.
“A gente vê, por exemplo, Humaitá, que é um polo do rio Madeira, mas Borba nunca vai subir para Humaitá, pois é mais fácil vir para Manaus. Então, assim, o desenho regional do estado vai ser todo revisto. A gente está com uma nova secretaria adjunta de Descentralização e Regionalização para fortalecer essas ações e melhorar a saúde de toda a população”, ressaltou.