Nas urgências e emergências em saúde, o tempo até o início do socorro é fator crucial para garantir a sobrevivência e a qualidade de vida das vítimas. Para difundir conhecimentos em primeiros socorros e orientar usuários para a atenção inicial a pessoas em situações de risco à vida, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu Manaus), da Prefeitura de Manaus, desenvolve ações regulares de educação em saúde junto a instituições públicas e privadas, grupos e comunidades em geral.
As ações de educação em saúde do Samu Manaus, que é vinculado à Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), incluem palestras, treinamentos e cursos de capacitação, conduzidos por meio do Núcleo de Educação em Urgência do serviço. As ações atendem instituições de diversos tipos, dentre eles escolas, creches, empresas, órgãos públicos, associações e grupos comunitários, além de servidores da saúde do município.
Para a chefe do Núcleo de Educação em Urgência do Samu Manaus, enfermeira Leda Sobral, a educação e capacitação de comunitários para socorro inicial em urgências e emergências constitui ganho para a sociedade, pois pode significar um atendimento mais rápido, antes da chegada de profissionais do serviço móvel ao local de uma ocorrência.
“Até as equipes do Samu chegarem à vítima decorre um tempo que pode ser crucial. Estatísticas indicam que, nos casos de parada cardíaca, por exemplo, um atendimento iniciado de forma imediata, mesmo que por uma pessoa leiga, pode aumentar significativamente as chances de sobrevivência da vítima”, aponta a gestora.
Leda avalia que, além da redução de riscos, a difusão de práticas e conhecimentos de primeiros socorros entre usuários que atuam em empresas, escolas e outras instituições contribui para assegurar os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), como a integralidade, a equidade e a universalidade no acesso à assistência.
“Isso ajuda também a esclarecer a população e a desfazer mitos que podem até prejudicar ou colocar em risco a vida de uma vítima, como aquele que orienta induzir vômito ou dar leite em casos de intoxicação, algo que não é recomendado”, observa.
Informação e capacitação
O Núcleo de Educação em Urgência do Samu Manaus é voltado prioritariamente a servidores da saúde municipal, mas também atende solicitações de grupos e organizações públicas e privadas, como igrejas, hospitais, empresas, escolas, associações, unidades das Forças Armadas, entre outros.
“Prestamos serviços inclusive para outros municípios, pois o Samu Manaus cumpre também um papel de capacitar equipes de atendimento pré-hospitalar e intra-hospitalar do interior para atuação regular em suas localidades”, relata Leda, pontuando que o núcleo atua principalmente nas cidades da Região Metropolitana e Alto Solimões, mas também já foi a outras mais distantes, a exemplo de Parintins, no Baixo Amazonas.
Os conteúdos abordados e atividades práticas desenvolvidas nas ações do núcleo são definidas conforme as necessidades do grupo ou instituição atendida e seus participantes, abrangendo tópicos que vão desde o reconhecimento de urgências e o chamado ao serviço móvel até noções de primeiros socorros para diferentes agravos, como desmaios, engasgo, intoxicações, afogamentos, suspeita de infarto ou acidente vascular cerebral (AVC), fraturas, entre outros.
Para solicitar palestras ou outras ações de educação em saúde do Samu Manaus, representantes do grupo ou órgão interessado devem enviar pedido pelo endereço eletrônico [email protected], seguindo, quando autorizado, com alinhamento de agenda e atividades em conjunto com as equipes do Núcleo de Educação em Urgência.
Educação e primeiros socorros
Entre os públicos atendidos nas atividades de educação em saúde do Samu Manaus estão professores e profissionais da educação, em atendimento à chamada Lei Lucas, Lei 13.722, de 4 de outubro de 2018, que tornou obrigatória a capacitação dos profissionais de estabelecimentos de ensino públicos e privados em noções básicas de primeiros socorros.
As atividades voltadas aos educadores, conforme Leda Sobral, incluem orientações básicas de primeiros socorros e esclarecimento de dúvidas, considerando casos e agravos mais comuns vivenciados nas unidades de ensino. Incluem também práticas com foco no atendimento em casos de parada cardiorrespiratória e de engasgo, entre outros procedimentos.
“Capacitamos inicialmente em torno de 1,6 mil profissionais, em 21 encontros a partir de 2022. E também realizamos outras ações nessa mesma linha com profissionais da rede estadual e de instituições do ensino privado”, conta.
Para Leda, as ações voltadas aos educadores, bem como para outros grupos sociais e instituições, têm impacto positivo para a saúde pública e para a vida das pessoas. “Quanto mais conseguirmos multiplicar as informações sobre primeiros socorros, mais conseguimos melhorar a qualidade de vida das pessoas e fortalecer o SUS”, concluiu.
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Texto – Jony Clay Borges / Semsa
Fotos – Divulgação / Semsa
