FOTOS: Adrio Hattori – Arquivo pessoalAliar tecnologia à educação e à inclusão social sempre foi desejo do professor de educação física, Adrio Hattori. No Programa Centelha, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), ele viu a oportunidade de tirar o sonho do papel e, com o uso da Realidade Virtual (RV), trazer para a sala de aula uma nova perspectiva para a formação de dezenas de estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outras necessidades especiais, matriculados na rede estadual de ensino.
Há 7 minutos
Por Agência Amazonas
Iniciativa fomentada pela Fapeam permite a estudantes interagir com conteúdos e realizar passeios virtuais
A ideia do projeto surgiu da observação do aumento de alunos matriculados com Necessidade Educacional Especial (NEE), nas redes de ensino pública e privada. Com o avanço da tecnologia, abriu-se uma possibilidade de ajudar no desenvolvimento do ensino-aprendizado dessas crianças de forma lúdica e interativa.
O projeto, intitulado “A Realidade Virtual como estratégia de inclusão para o autismo”, foi um dos contemplados pelo Edital nº 011/2019 do Programa Centelha, iniciativa da Fapeam que tem como objetivo estimular a criação de empreendimentos inovadores e disseminar a cultura empreendedora no Brasil. Com o impulso recebido, o professor criou a empresa Hattori Tech, que capacita professores para uso da tecnologia em sala de aula.
FOTOS: Adrio Hattori – Arquivo pessoalPara alunos com paralisia cerebral, a imersão digital possibilita às crianças sentirem como é a prática de atividades do cotidiano das quais são limitadas, como andar de bicicleta.
“A gente foi observando que o poder de imersão da Realidade Virtual é muito grande, então a gente quis utilizar essa questão da proposta, dos benefícios da realidade virtual. Em casos de um autismo mais severo, por exemplo, uma vez que a pessoa consegue usar óculos de realidade virtual apresentamos algumas atividades que consigam acalmar a pessoa. Um dos benefícios é esse, fazer a pessoa voltar a prestar atenção”, explica o professor.
Serviço
O serviço ofertado pela empresa de Hattori inclui a formação para os professores trabalharem a RV na sala de aula e a realização de oficinas de construção de óculos de RV feitos de garrafa PET e papelão, aliando tecnologia e sustentabilidade.
“Algumas delas não têm os movimentos da perna, às vezes não tem movimento superior nem inferior. Uma vez que utilizamos a Realidade Virtual, a gente consegue resgatar esses movimentos, colocando atividades esportivas, de movimento, e quando eles estão assistindo é como se eles realmente estivessem correndo, andando de bicicleta, caminhando e essas coisas”, comenta.
Para trabalhar na educação, o projeto utiliza softwares gratuitos, como o Google Expedições, uma ferramenta da Google para tours virtuais, na qual o professor guia os alunos em uma sala de aula virtual por diversos tipos de conteúdos interativos e imersivos, trazendo dinamismo para a absorção do conhecimento.
“Trabalhamos com a formação dos professores, ensinamos eles a usarem a realidade virtual, mostramos um pouquinho como surgiu e também trabalhamos em cima de metodologias ativas para trazer dinamismo para as aulas. A partir disso, os professores vão disseminar para os alunos”, explica Hattori.
As inscrições já estão abertas para a nova edição do Programa Centelha 2 e vão até o dia 16 de março. Desta vez, o Governo do Estado, por meio da Fapeam, em parceria com Finep, investe R$ 3 milhões. O edital irá apoiar 50 propostas de inovação com até R$ 60 mil, por projeto, para a geração de empresas de base tecnológica, além de ofertar Bolsas de Fomento Tecnológico Extensão Inovadora concedidas pelo CNPq.
Centelha
O Centelha é uma parceria entre a Fapeam, Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), operada pela Fundação Certi. A primeira edição do programa foi lançada em 2019 no Amazonas.
As inscrições são gratuitas e devem ser realizadas em https://am2.programacentelha.com.br/.