O Programa Municipal de Controle da Tuberculose, da Prefeitura de Manaus, recebeu menção honrosa do Ministério da Saúde pelo esforço feito para alcançar a meta de 5% ou menos de casos de tuberculose com encerramento em branco, ignorado ou transferência de janeiro a junho de 2021 no município de Manaus, atingindo um índice de 4,4%.
O reconhecimento foi feito durante a reunião de técnicos da coordenação geral de Vigilância das Doenças de Transmissão Respiratória de Condições Crônicas do Ministério da Saúde, com coordenadores estaduais do Programa de Controle da Tuberculose, realizada de forma mista (presencial e online), na última quinta-feira, 15/9.
O chefe do Núcleo de Controle da Tuberculose da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), enfermeiro Daniel Sacramento, explica que o índice de encerramento de casos é um indicador importante de desempenho, porque reflete o esforço feito na rede municipal de saúde para acompanhar de perto e de forma eficiente o tratamento de todos os pacientes diagnosticados com tuberculose.
“É um indicador que mostra que a Vigilância Epidemiológica tem monitorado os casos de forma adequada, desde a notificação do novo caso na Unidade de Saúde até o encerramento do tratamento. As informações de acompanhamento dos casos são lançadas no sistema de informação e, assim, é possível identificar quantos casos foram encerrados dentro do período de tratamento, que normalmente dura seis meses, e em qual situação ocorreu o encerramento do caso, que pode ser por cura, por abandono ou mesmo por transferência do paciente de município”, informa Daniel Sacramento.
Quando o sistema de informação mostra um índice muito alto de casos em situação indefinida, em branco, ignorado ou por transferência, o indicador aponta fragilidade no acompanhamento do caso na Unidade de Saúde de tratamento.
O acompanhamento, lembra Daniel Sacramento, inicia na notificação do caso realizada pela Unidade de Saúde com as informações do tratamento enviadas mensalmente para os Distritos de Saúde e posteriormente ao Núcleo de Controle de Tuberculose.
“Na Unidade de Saúde, o paciente é orientado a retornar para atendimento a cada 15 dias, onde ocorre a dispensação da medicação, consulta médica ou de enfermagem, avaliação da adesão do paciente ao tratamento, solicitação ou avaliação dos exames de acompanhamento. Essas informações são enviadas por boletim ao Núcleo de Controle da Tuberculose, que faz a qualificação de dados no sistema e procura identificar situações que possam requerer intervenção para garantir que o caso seja encerrado com a cura do paciente”, ressalta Daniel.
O Programa Municipal de Controle da Tuberculose também recebeu reconhecimento pelo esforço feito para alcançar um bom resultado no indicador de desempenho de realização do exame de cultura entre os casos de retratamento de tuberculose no ano de 2021, atingindo um índice de 57,3%.
Segundo Daniel Sacramento, o exame de cultura é o padrão ouro para o diagnóstico da doença e auxilia na identificação de pacientes com resistência aos medicamentos do esquema básico de tratamento, que, na maioria das vezes, são pessoas que já tiveram a doença e voltaram ao tratamento, seja por uma nova infecção ou abandono ao tratamento anterior.
“No momento do primeiro diagnóstico, o paciente recebe imediatamente a medicação para iniciar o tratamento, mas o esquema básico não vai fazer efeito se ele tiver adquirido resistência à medicação. O exame de cultura é que vai permitir identificar esses casos e intervir precocemente, indicando se há necessidade do paciente ser encaminhado até uma Unidade de Referência para receber tratamento especializado”, explicou o enfermeiro.
Na rede municipal de saúde, para todos os pacientes que realizam o exame de escarro para o diagnóstico inicial, uma amostra desse material é utilizada para a realização do exame de cultura, realizado de forma universal desde o ano de 2016, ou seja, é feita a coleta para o exame em todos os casos suspeitos de tuberculose.
Este ano, Manaus registrou 396 casos de retratamento. Em 2021, o número de casos de retratamento chegou a 601, com a realização de 379 exames de cultura. Em relação ao número de casos novos de tuberculose, a Semsa registrou em Manaus 1.807 casos este ano. No ano passado, o número chegou a 2.314 casos.
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada da micobactéria Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK), que afeta prioritariamente os pulmões. O principal sintoma é a tosse e por isso a recomendação é para que pessoas com tosse por duas semanas ou mais sejam examinadas, procurando uma das Unidades de Saúde da rede municipal para a realização de exames.
A transmissão da tuberculose ocorre quando, ao falar, espirrar e, principalmente, ao tossir, as pessoas com tuberculose ativa lançam no ar partículas em forma de aerossóis que contêm bacilos, podendo transmitir a doença para outras pessoas.
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Texto – Eurivânia Galúcio / Semsa
Fotos – Divulgação / Semsa
Em anexo
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