O último domingo de janeiro, 30/1, é a data instituída para marcar o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase, doença com o registro de cem casos novos no ano passado em Manaus. O número representa uma redução de 15,83% em relação aos casos notificados em 2019, ano de pré-pandemia da Covid-19, e um aumento de 44,29% em comparação com os registros de 2020, quando houve o início da pandemia, que resultou na diminuição da procura de atendimento às unidades de saúde para o diagnóstico da hanseníase.
Desde o início deste ano, a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), intensificou as ações de prevenção e controle da hanseníase na campanha do “Janeiro Roxo”, movimento de mobilização da sociedade para fortalecer a conscientização sobre o diagnóstico e tratamento precoce da doença.
Segundo a gerente de Vigilância Epidemiológica da Semsa, Cláudia Rolim, mesmo com o aumento de casos de Covid-19 em janeiro e a consequente sobrecarga nos serviços na Atenção Básica, as unidades de saúde da rede municipal executaram uma intensificação de busca ativa de casos suspeitos de hanseníase.
“O reforço da busca ativa foi realizado principalmente nos primeiros dias de janeiro, com identificação de pacientes com sintomas suspeitos da doença e que foram orientados sobre o atendimento para o diagnóstico nas unidades de saúde. Porém, a Semsa promove ações de prevenção e controle durante todo o ano, assim como oferece o serviço de diagnóstico e tratamento”, afirma Cláudia Rolim.
Busca ativa
Durante o período de 3 a 11 de janeiro, foram realizadas cerca de 500 visitas domiciliares para intensificar a busca ativa e a identificação precoce de casos suspeitos nos bairros com maior incidência da hanseníase em Manaus, com a aplicação de 2.155 Questionários de Suspeição de Hanseníase (QSH).
O principal desafio no controle na hanseníase, ressalta a gerente, é o diagnóstico precoce da doença, já que os sintomas podem surgir entre dois e sete anos a partir da contaminação. Em 2021, dos cem casos novos de hanseníase em Manaus, 19,35% já apresentavam sequelas no momento do diagnóstico, que é o índice mais elevado dos últimos 20 anos no município.
“A hanseníase tem cura, com tratamento utilizando medicamentos, e o diagnóstico precoce evita as sequelas da doença, como incapacidade física e deformidades em mãos e pés. No ano passado, a Semsa realizou 57.350 exames dermatológicos para a detecção de casos suspeitos de hanseníase, sendo 14.862 procedimentos além da meta para o ano. Mas também é importante que a população procure uma Unidade de Saúde o mais rápido possível caso apresente algum sintoma, o que vai permitir o diagnóstico e o início do tratamento”, destaca Cláudia Rolim.
Hanseníase
A hanseníase é uma doença infecciosa crônica, causada pelo bacilo de Hansen (Mycobacterium leprae) e a transmissão ocorre quando uma pessoa doente, sem ter iniciado o tratamento, elimina o bacilo por meio de secreções nasais, tosses ou espirros.
A transmissão requer um convívio próximo e por tempo prolongado com uma pessoa doente e ainda sem o tratamento. Por esse motivo, as unidades de saúde devem realizar o acompanhamento em saúde dos contatos domiciliares do paciente com hanseníase para um diagnóstico precoce.
Na fase inicial da doença, os sintomas de hanseníase são caracterizados por lesões na pele, que causam diminuição ou ausência de sensibilidade ou lesões dormentes. Em estágios mais avançados pode apresentar edema de mãos e pés, febre, dor na articulação, ressecamento dos olhos, nódulos dolorosos, mal-estar geral, dor ou espessamento dos nervos periféricos, principalmente nos olhos, nas mãos e nos pés, e a diminuição ou perda de força nos músculos, inclusive nas pálpebras.
Texto – Eurivânia Galúcio / Semsa
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Fotos – Divulgação / Semsa
Disponível em – https://flic.kr/p/2mp3tLp
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