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A força tarefa logística humanitária de acolhimento aos venezuelanos já atendeu mais de 80 mil migrantes desde abril de 2018
No pronunciamento feito na abertura do evento, a presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (AM/RR), desembargadora Ormy da Conceição Dias Bentes, destacou a importância de debater sobre a migração, uma questão palpitante e polêmica. “Sob a batuta do eminente expositor convidado decerto teremos uma reflexão exitosa, madura e salutar sobre o tema proposto. Que possamos apreender seus valiosos ensinamentos e reflexões, e assim compreender toda a dinâmica político-social envolvida na referida operação, de cunho, sobretudo, humanitário”. A presidente elogiou a iniciativa da Ejud11, “que reuniu seis Escolas Judiciais dos Tribunais Regionais do Trabalho, dentre elas integrantes da chamada Amazônia Legal, com exposição de projetos em seus respectivos âmbitos de atuação, com intuito cooperativo e de melhoria da Justiça do Trabalho”.
O diretor da Ejud11, desembargador Audaliphal Hildebrando da Silva, agradeceu a presença e todos, em especial do general Sérgio Schwingel, palestrante no evento. “Falar da OperaçãoAcolhida para quem não vive e não presencia o processo de imigração é algo muito difícil. O general coordena essa operação de sucesso e vai nos brindar com a experiência dele à frente deste projeto. Espero que saiamos daqui melhor do que chegamos”, declarou.
Mão amiga que acolhe
Ele explicou como funciona a Operação Acolhida, desde a chegada do imigrante na fronteira, passando pelo deslocamento assistido dos venezuelanos dentro do Brasil, até o seu destino final. A Operação cuida de toda a logística dos imigrantes, de forma humanitária, acompanhando a socialização e também da empregabilidade em solo brasileiro. O projeto possui três principais eixos estruturantes: ordenamento da fronteira, acolhimento e a interiorização. Durante a palestra, o general discorreu sobre cada uma delas.
Para ele, é um dever dar transparência às atividades desenvolvidas pela Operação Acolhida: “Eu como coordenador do projeto tenho a obrigação e o dever de dar visibilidade e fazer prestação de contas para a sociedade do trabalho que o Governo Federal, agências da ONU, e dezenas de organizações nacionais e internacionais vem fazendo nesta importante operação humanitária. A Operação Acolhida é a resposta do Brasil ao aumento exponencial do fluxo migratório em decorrência da crise na Venezuela. É a mão amiga do nosso país estendida aos vizinhos e irmãos venezuelanos”.
Troca de experiências entre as Ejuds
Num segundo momento do evento, as Escolas Judiciais dos TRTs apresentaram projetos exitosos das suas respectivas Ejuds. O juiz do trabalho Otávio Bruno Ferreira, da Ejud8 (PA/AP), apresentou o case “Grupos de Estudo: empoderamento e autogestão do conhecimento”. A juíza titular da 9a Vara do Trabalho de Manaus e vice-diretora da Ejud11 (AM/RR), Carolina França, falou sobre “Justiça Itinerante”. A secretária do Projeto TRT na Escola, da Ejud16 (MA), Amanda Silva, apresentou o projeto para as demais escolas.
No outro bloco, o desembargador Paulo Sérgio Pimenta, do TRT18, falou sobre o Projeto da Ejud19 (GO) “Café e Roda de Conversa – Cooperação entre as Ejuds”. “Mapeamento de postos críticos e desenvolvimento de novos talentos” foi o tema discorrido pelo vice-diretor da Ejud23 (MT) e juiz titular da 1a Vara do Trabalho de Primavera do Leste. Encerrando a troca de experiências, o desembargador do TRT 24 (MS) Francisco das Chagas Lima Filho falou sobre “Discriminação dos indígenas e do negro”.
Lançamento de livro
“Quem morava em Boa Vista podia ver as ruas e praças tomadas por venezuelanos. Era algo tão grande e desordenado, que trouxe vários problemas para o estado de Roraima. O cenário mudou com a chegada da Operação Acolhida, atuando na recepção e acolhimento humanitário destas pessoas. A Operação Acolhida é única no mundo. Hoje, o projeto vem sendo destaque como a maior resposta humanitária mundial, exemplo para vários países da Europa que também presenciam a migração de refugiados políticos. Eu não só escrevi e pesquisei. Pude vivenciar o fluxo de crianças desacompanhadas. Só em 2019 foram mais de 500 crianças migrantes e refugiadas que entraram no Brasil sem acompanhantes. Espero que gostem do livro, que possam entender e ajudar na socialização dos venezuelanos em solo brasileiro”, afirmou.
O evento teve transmissão pelo YouTube da Ejud11 e pode ser acessado em qualquer tempo.
ASCOM/TRT11
Texto: Martha Arruda
Fotos: Salete Lima (MPT)
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