O Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (ABEMA) deram continuidade, nesta segunda-feira (14), às discussões sobre mudanças climáticas na 27ª Conferência Climática das Nações Unidas (COP27), em Sharm el-Sheikh, no Egito. As conversas contaram com a participação do ministro Joaquim Leite, do presidente do BNDES, Gustavo Montezano, do governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, e representantes da ABEMA.Dentre as várias ações e políticas públicas desenvolvidas pelo Governo Federal nos últimos anos, o ministro Joaquim Leite destacou o novo modelo de economia verde, alinhado com o setor privado, que permitiu a regulação do mercado de carbono e do pagamento por serviços ambientais. “O que o governo fez com o marco do saneamento, nós fizemos com o marco para a floresta e vegetação nativa”, disse. O ministro destacou o pioneirismo do Brasil e a característica em comuns com outros países que possuem grandes florestas tropicais, que permitiram a assinatura de um acordo para criar a “OPEP das florestas” – uma referência à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) –, dado o potencial de compensação das emissões de gases do efeito estufa.
“Assinamos o acordo com a Indonésia e a República Democrática do Congo para nós transferirmos a nossa política pública, os nossos marcos e toda essa estrutura de pagamento para ativos ambientais. Vamos criar a OPEP das florestas nativas para a gente trazer critérios mínimos para termos o mercado global de créditos de carbono. A gente tem que criar o ativo ambiental e esse é um caminho sem volta no qual o Brasil é protagonista”, afirmou Leite.
Segundo o ministro, o país tem uma grande oportunidade de gerar uma energia renovável mais barata do que a fóssil e criar um mercado de produtos atrelado à pegada de carbono que, no caso do Brasil, é uma das menores do mundo.
O presidente do BNDES reforçou o papel do banco como financiador das políticas públicas de meio ambiente e saneamento. Montezano reforçou o papel do marco do saneamento como ferramenta para mudar a barreira da desigualdade social. “Fizemos a maior carteira de ativos ambientais do planeta. Toda esta agenda climática está no coração do banco. Não tem como falar em desenvolvimento sem falar em sustentabilidade”, disse.
Produzir sem desmatar foi o ponto central do discurso do governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, durante a sua participação no painel. O estado é um dos maiores produtores de alimento do Brasil e comparável aos maiores entes subnacionais do mundo quando o assunto é alimentar a população. De acordo com Mendes, o estado brasileiro que abriga três biomas produz grãos e proteína animal com 62% do território preservado.
“O Brasil está no epicentro da questão climática e nós temos o maior e mais importante dos ativos, que é a Amazônia, que está em grande parte no nosso território. A economia de baixo carbono vai mudar o jeito de produzir, de consumir e de viver”, afirmou o governador.