O município de Apuí (a 408 quilômetros de Manaus) tem sido o ponto focal de atuação da segunda fase da Operação Curuquetê 2, do Governo do Amazonas. Desde o fim de semana até esta terça-feira (18/08), representantes de órgãos ambientais e de segurança pública da esfera estadual acompanharam as atividades em campo, para aprimorar as ações do Estado contra o avanço do desmatamento e queimadas na região.
Fizeram parte da comitiva representantes da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), da Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM) e do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam). O objetivo principal foi propor alternativas para melhorar a atuação integrada no município, segundo explica a secretária adjunta de Gestão Ambiental da Sema, Christina Fischer.
“O Governo do Amazonas está preocupado em buscar soluções para conter o desmatamento e as queimadas no sul do estado, tanto com o aprimoramento das ações de comando e controle ambiental quanto com o avanço do ordenamento territorial e incentivo à bioeconomia. Com o reconhecimento de campo, cada órgão deve desenvolver propostas, a partir dos seus próprios pontos de vista e área de atuação”, explicou.
No sábado (15/08), uma reunião para alinhamento operacional das ações foi realizada no Centro Multifuncional de Apuí, junto à Secretaria Municipal de Meio Ambiente, o Exército Brasileiro e entidades da sociedade civil. Já no domingo (16/08), a comitiva seguiu os trabalhos em campo coordenados pelo Ipaam, com apoio do Batalhão Ambiental da Polícia Militar e do 54º Batalhão de Infantaria de Selva (BIS) de Humaitá.
Suporte tecnológico – A Operação Curuquetê 2 teve início no dia 16 de junho. No início de agosto, equipes do Estado iniciaram a segunda fase de atuação, voltada principalmente para Apuí. O município lidera o ranking de queimadas no estado, com mais de 1,8 mil focos de calor registrados em 2020.
No dia a dia, as equipes de fiscalização em campo trabalham com informações georreferenciadas, previamente analisadas pelo corpo técnico da Sema, em Manaus. As informações apontam a localização dos principais polígonos de desmatamento em Apuí, considerados como áreas vulneráveis para a ocorrência de queimadas ilegais, de acordo com o gerente de Fiscalização do Ipaam, Raimundo Chuvas.
“Esse é um trabalho contínuo e que exige bastante das equipes. Há muitas dificuldades para chegar aos locais onde esses crimes ocorrem, mas com os pontos georreferenciados, conseguimos a localização exata, otimizando o tempo e agindo de forma mais assertiva onde precisamos agir”, informou ele, ao ressaltar a aplicação de mais de R$ 15,4 milhões em multas, em 10 dias de atuação integrada.
Integração, comando e controle – Todo o trabalho conta com o apoio estratégico, tático e operacional da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas. Para o secretário executivo adjunto de Planejamento e Gestão Integrada de Segurança, Coronel Hermes Macedo, é preciso que os órgãos do Estado atuem de forma ainda mais integrada também nas questões ambientais.
“As operações que o Governo de Estado tem realizado ao longo desta gestão, têm sido focadas em integração. Essa missão tem como objetivo unir os órgãos para facilitar as operações em todos os caminhos”, disse Macedo. Ele também acrescentou que as operações, no âmbito da Curuquetê, farão parte do sistema integrado de comando e controle da SSP-AM.
“Nosso sistema de comando e controle, que é o que nós estamos adotando nessa operação, é inovador. É uma metodologia que o Estado entendeu que é a mais correta, tendo um colegiado específico de instituições que fazem parte desse processo, com a Sema sendo a nossa líder situacional de planejamento, o Ipaam atuando na coordenação em campo e as outras estruturas agregando com apoio”, concluiu.
A Operação Curuquetê 2 conta ainda com suporte do Corpo de Bombeiros do Amazonas, Defesa Civil e Polícia Civil do Estado. O enfrentamento às queimadas conta com a atuação do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (PrevFogo), do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por meio da Operação Verde Brasil 2, além de brigadistas municipais.