Neste 5 de novembro, data em que se comemora o Dia do Escrivão de Polícia, de acordo com a Lei 7.466/2001, a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) reforça a importância desse profissional para a instituição. Uma das funções principais desse servidor é formalizar e documentar Inquéritos Policiais (IPLs), sendo uma peça essencial para o funcionamento dos trabalhos policiais.
Eles possuem papel importante, pois, além da Polícia Civil (PC), o profissional atua de forma interdisciplinar com outros órgãos como a Polícia Militar (PM), Polícia Federal (PF), Ministério Público (MP) e entre outros, tendo em mãos dados estatísticos cartorários que podem ajudar na montagem de operações e conclusões de investigações.
O escrivão Alexandre Perdigão, 42, lotado, atualmente, no 5º Distrito Integrado de Polícia (DIP), atua na área desde janeiro de 2002. Ele relata que, quando abriu o concurso público em 2001, já se interessava pelos trabalhos feitos nas delegacias, em especial o cartorário, na qual teve influência direta do pai, que trabalhava como escrivão no 1º DIP.
“O início da minha profissão foi em Itapiranga, onde fiquei durante um ano. No primeiro momento, foi conturbado e tive impressão de estar isolado, afinal, em 2002, não havia rede social, e a comunicação no interior do estado era precária, mas a Delegacia Geral nos deu todo apoio necessário e foi um ano de muita aprendizagem e fez com que eu me identificasse mais com a função”, comentou Alexandre.
Segundo ele, para exercer a profissão é preciso uma boa relação interpessoal, paciência, disciplina, organização e autocontrole para não se envolver emocionalmente em casos que geram comoção ou revolta, sendo imprescindível manter a saúde do corpo e da mente.
Em relação à mudança na área de atuação, Alexandre diz que houve pouca mudança, como, por exemplo, a aplicação de tecnologias e a comunicação de procedimentos de Justiça, que exigiram algumas reciclagens e aprendizados por parte dos profissionais mais antigos.
Nos municípios do interior do estado, algumas delegacias estão sob o comando de escrivães, como é o caso da escrivã Ana Cristina Leão, gestora há dois anos da 78ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Codajás (distante 240 quilômetros em linha reta da capital). Ela, que atua na área há quase 20 anos, já esteve nas DIPs de Presidente Figueiredo, onde também foi gestora de polícia, Manacapuru e Rio Preto da Eva.
“Trabalho em delegacias do interior desde 2005 e me sinto honrada em contribuir, por intermédio da Polícia Civil, para o bem da sociedade. Creio que essa é minha missão”, pontuou Ana Cristina.
A gestora destaca, ainda, que o escrivão de polícia possui uma grande importância, principalmente em municípios do interior do estado, onde a população, muitas vezes, não se sente segura. Conforme Ana Cristina, é nesse momento que os escrivães ajudam, levando informações a respeito dos direitos que os asseguram.
Entre os profissionais que atuam há poucos anos, mas com boa bagagem de experiência, está a escrivã Carla Vieira, 35, que iniciou a carreira em 2018, onde além da função de escrivã, também atuou como gestora da 60ª DIP de Maraã (distante 634 quilômetros em linha reta da capital). Em 2019, ela foi realocada para a 74ª DIP de Borba (distante 151 quilômetros em linha reta), onde também atuou como gestora.
“Os trabalhos, nesses dois anos, foram intensos devido às funções que eu exercia, mas foram bastante interessantes, pois ajudar as vítimas de crimes e finalizar o trabalho com as prisões dos infratores é bastante gratificante”, diz Carla Vieira.
Ela, que nos primeiros anos trabalhou no interior, atualmente, está lotada no 20⁰ DIP da capital e relembra que, desde o ano de 2009, decidiu que seria escrivã de polícia por ser algo parecido com o perfil de trabalho a ser seguido por ela.
De acordo com Carla, o escrivão comanda o ‘coração’ da delegacia que é o cartório, no qual todos os procedimentos passam pele servidor, trazendo muita responsabilidade, pois além de trabalhar nas investigações, participa ativamente de operações tanto na capital quanto no interior.
“Um bom escrivão é aquele que sabe trabalhar em equipe com responsabilidade e dedicação, sendo, também, indispensável um bom atendimento às vítimas e lembrar que o funcionalismo público requer qualidade e amor”, finaliza a escrivã.