Os ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e das Relações Exteriores (MRE) apresentaram à sociedade nesta sexta-feira (26/1) o grupo de trabalho (GT) de Sustentabilidade Ambiental e Climática do G20. A iniciativa é parte do G20 Social, proposta do governo federal para ampliar a participação social nas discussões oficiais. A ministra Marina Silva e o embaixador André Corrêa do Lago, secretário do Clima, Energia e Meio Ambiente do MRE, fizeram uma apresentação do GT coordenado por seus ministérios. Também responderam perguntas de representantes de organizações e movimentos sociais, que participaram por videoconferência. Mais de 700 pessoas acompanharam a transmissão.
“Os trabalhos do G20 serão tratados com a necessária transversalidade e participação de todas as instâncias governamentais, fortalecendo nossa diretriz de controle e participação social, desenvolvimento sustentável e de política ambiental transversal”, disse Marina.
O diálogo com a sociedade é uma decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que criou o G20 Social, afirmou a ministra:
“Queremos contar com o conhecimento técnico, científico, as ideias inovadoras e as melhores práticas e experiência de toda a sociedade brasileira em seus mais diferentes setores: econômicos, acadêmicos, povos tradicionais e originários”, completou Marina.
Outras reuniões do GT com a sociedade ocorrerão nos próximos meses. O diálogo, afirmou Corrêa do Lago, fortalecerá a atuação do Brasil não só na liderança do G20, mas na presidência dos Brics e na realização da COP30, em Belém (PA), ambas em 2025:
“O G20 é um foro em que países que têm um poder muito especial podem discutir temas de maneira mais concentrada”, afirmou o embaixador. “Temos que assegurar que haja uma coerência na atuação brasileira, e nada melhor que a sociedade para medir a coerência do Estado no tratamento dessas questões em que o país será um ator essencial nos próximos dois anos.”
O Brasil assumiu a presidência do G20 em 1º de dezembro de 2023 e permanecerá até 30 de novembro de 2024. A liderança brasileira foi antecedida pela Índia e será seguida pela África do Sul. Em 2022, a chefia foi da Indonésia.
“Quatro países em desenvolvimento terão a oportunidade de assumir a presidência de 20 dos países mais ricos do mundo”, afirmou Marina. “Se esses países resolverem fazer o dever de casa no combate à pobreza e na redução das emissões, faremos diferença para mudar os problemas sociais e a grave crise climática que o mundo enfrenta.”
A diretora do Departamento de Meio Ambiente do MRE, Maria Angélica Ikeda, e o chefe da Assessoria Especial de Assuntos Internacionais do MMA, Rafael Rodrigues, detalharam como serão os trabalhos do grupo. A reunião também foi acompanhada por Joenia Wapichana, presidente da Funai, Carina Pimenta, secretária nacional de Bieoconomia do MMA, e Adalberto Maluf, secretário nacional de Meio Ambiente Urbano e Qualidade Ambiental do MMA.
Quatro eixos
O G20, que reúne 19 das maiores economias do planeta, além da União Europeia e da União Africana, é um fórum de cooperação econômica internacional que atua na definição e no reforço da arquitetura e da governança global sobre as principais questões econômicas do planeta.
O GT de Sustentabilidade Ambiental e Climática busca identificar soluções para a emergência climática, além de promover a cooperação entre os países para implementá-las. A proposta da presidência brasileira é que o grupo tenha quatro eixos temáticos em 2024:
Adaptação preventiva e emergencial frente a eventos climáticos extremos;
Valoração e preservação de serviços ecossistêmicos;
Oceanos;
Resíduos e economia circular.
O grupo de trabalho é um dos 15 da Trilha de Sherpas, vertente do G20 dedicada a discutir a agenda da cúpula dos líderes, em 18 e 19 de novembro no Rio de Janeiro. A perspectiva é que até novembro haja 120 reuniões de todos os GTs, incluindo encontros presenciais e virtuais. O G20 tem também uma Trilha de Finanças, que trata de assuntos macroeconômicos estratégicos.
Assista aqui à apresentação do GT.