As ministras Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), Sonia Guajajara (Povos Indígenas) e o ministro Silvio Almeida (Direitos Humanos e da Cidadania) viajaram nesta quarta-feira (10/1) à Terra Indígena Yanomami, em Roraima. A comitiva reuniu-se com lideranças locais um dia após o governo federal anunciar ações estruturantes de R$ 1,2 bilhão que fortalecerão a saúde pública, a fiscalização e o controle territorial na região, por exemplo.
A comitiva esteve em Auaris (RR), região de fronteira do Brasil com a Venezuela, onde os ministros verificaram as condições no Polo Base Auaris. Novas instalações para receber pacientes, laboratórios e alojamentos para profissionais da saúde estão em construção.
O grupo foi em seguida à aldeia do mesmo povo, onde o governo federal forneceu em 2023 ferramentas novas para a criação de roçados que facilitam a autonomia alimentar. Em reunião, lideranças indígenas Ye’kwana discutiram com os representantes do governo federal os avanços e desafios que os povos Yanomami e Ye’kwana enfrentam.
Além dos ministros, integraram a comitiva Joenia Wapichana (presidente da Funai), Weibe Tapeba (secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde), Jair Schmitt (diretor de Proteção Ambiental do Ibama), Janini Ginani (gerente de projetos da Casa Civil) e Ronaldo Guilherme Campos (superintendente da PF em Roraima). O líder indígena Davi Kopenawa acompanhou o grupo.
Em entrevista coletiva, os ministros destacaram o caráter permanente da nova fase da ação na TI Yanomami, após a atuação emergencial em 2023:
“Vamos continuar juntos, lutando para retirar os garimpeiros do território Yanomami e de outras áreas indígenas que ainda têm invasores. Estaremos com essa frente atuante, permanente e continuada com o compromisso desses ministérios que trabalham junto de forma transversal conforme também é a orientação do próprio presidente Lula para a gente poder proteger os povos indígenas”, afirmou a ministra Sonia Guajajara.
A casa de governo vai gerenciar presencialmente o conjunto de medidas implementadas e evitar a invasão das terras indígenas. Vão compor a estrutura da Casa de Governo órgãos como Funai, Ministério dos Povos Indígenas, Ministério do Meio Ambiente, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Ibama, Ministério dos Direitos Humanos, Ministério da Educação, entre outros.
“Além das bases que nós já temos, teremos mais três bases permanentes que serão montadas para dar suporte às ações da Funai, do Ibama, do pessoal da área de saúde. Isso é um trabalho que o presidente Lula determinou que seja uma ocupação do território na parte de segurança, por parte do Ministério da Defesa, através das Forças Armadas e da Polícia Federal. Ou seja, nós teremos que ter aqui uma ação do Exército, da Marinha, da Aeronáutica e da Polícia Federal”, disse Marina Silva.
O ministro Silvio Almeida destacou que, enquanto os Yanomami estiverem em risco, o povo brasileiro todo estará em risco. “Se nós não formos capazes de defender os povos indígenas, não seremos capazes de defender o nosso país.”
O secretário de Saúde Indígena, Weibe Tapeba, ressaltou que a resposta à crise sanitária incluirá a instalação do primeiro hospital de saúde indígena no país, em Boa Vista, e a ampliação da Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai). Outras medidas incluirão um centro de referência na região de Surucucu e um plano para a construção e reforma de unidades de saúde indígena na TI Yanomami.
“Passamos a atuar em um território em que mais de 200 comunidades indígenas estavam desassistidas, com vazio assistencial, com subnotificação de dados epidemiológicos e mortalidade”, afirmou Tapeba. “Garantimos a expansão da assistência neste território”, completou.