A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, reafirmou que o Brasil está voltando à cena do multilateralismo climático e que o país está comprometido com metas ambiciosas para o clima e a biodiversidade. Junto com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Marina Silva participou, na terça-feira (17), do painel Brasil: Um Novo Roteiro – Sessão Especial sobre o Brasil, no segundo dia do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.A ministra lembrou que o Brasil sempre foi protagonista na agenda ambiental global, como no combate à desertificação, no avanço na proteção da biodiversidade e ao assumir meta para a redução de gás carbônico na atmosfera. Mas, segundo ela, nos últimos quatro anos, o país passou por um processo de desmonte das políticas ambientais, de direitos humanos e no enfrentamento das desigualdades sociais. “O Brasil havia saído do mapa da fome e voltou para o mapa da fome. O Brasil tinha um ciclo virtuoso na questão do caminho da redução do desmatamento e hoje nós estamos com recorde de desmatamento e com a agenda ambiental totalmente desmontada”, frisou.
A ministra ressaltou que o Brasil quer liderar uma iniciativa global sobre florestas e que o governo já está em diálogo com outros países que possuem mega florestas para fixar uma meta de redução de perdas florestais em termos globais, além do compromisso interno de chegar ao desmatamento zero até 2030.
Durante sua participação, Marina Silva anunciou que o governo já está trabalhando para retomar as ações de combate ao desmatamento e para reestruturar o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.
“No caso das metas de desmatamento, já voltamos com o Fundo Amazônia, já voltamos com o Plano de Combate ao Desmatamento e já estamos recompondo os orçamentos das equipes do Ministério. O próprio ministro [da Fazenda, Fernando] Haddad nos ajudou na transição a agregar mais R$ 500 milhões para o Ministério do Meio Ambiente, e a fazermos com que os fundos de doação não sejam colocados no teto de gastos. Isso é uma vantagem muito promissora”, disse.
Segundo a ministra, a decisão de candidatar a cidade de Belém, capital do Pará, para sediar a 30ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em 2025, é para apresentar a materialização dos resultados dos compromissos assumidos pelo país com a questão ambiental.
“Ter a COP30 no Brasil é dar um sinal de que queremos alcançar esses objetivos e queremos que ela aconteça num ambiente não mais dos enunciados, mas dos resultados. O Brasil sempre liderou pelo exemplo, liderou pelo exemplo no combate à pobreza, no combate ao desmatamento, na redução da emissão de CO²”, afirmou a ministra.
Marina ressaltou, ainda, que o governo vai trabalhar fortemente para estabilizar a democracia e enfrentar os problemas decorrentes da desigualdade social. “Por que temos 33 milhões de brasileiros que passam fome, mas [temos um governo] que vai criar um novo ciclo de prosperidade e a infraestrutura para um desenvolvimento sustentável”, destacou.
Com o tema: “Cooperação em um mundo fragmentado”, o Fórum Econômico Mundial vai até a sexta-feira (20). O evento anual promove o encontro de líderes políticos, de empresas e da sociedade civil.
ASCOM MMA