Marina Silva assumiu o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima em cerimônia na tarde desta quarta-feira (4), no Palácio do Planalto, em Brasília. Na solenidade, a ministra destacou que a política ambiental será prioridade, não apenas do MMA, mas do governo como um todo, e anunciou a criação de novas secretarias, bem como a retomada de medidas essenciais para a proteção das florestas, da biodiversidade e do desenvolvimento com sustentabilidade econômica, social e cultural.A cerimônia contou com a presença de vários membros do primeiro escalão do governo como o vice-presidente, Geraldo Alckmin, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, a Ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, a primeira-dama, Rosângela da Silva, Embaixadores, dirigentes partidários, entre outras autoridades e servidores de meio ambiente.
Um dos primeiros atos da nova ministra foi alterar no nome da pasta para Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima – a sigla, no entanto, contina MMA. “Queremos destacar a devida prioridade daquele que é,talvez, o maior desafio global vivido recentemente pela humanidade. Países, pessoas e ecossistemas mostram-se cada vez menos capazes de lidar com as consequências [das mudanças climáticas] e, como sempre, os mais pobres são os mais afetados”, destacou Marina Silva, que anunciou, ainda, uma estrutura de apoio ao Conselho Nacional de Mudança Climática e ao Comitê Interministerial, políticas de mitigação e adaptação e para oceanos e zona costeira, denominada Secretaria Nacional de Mudança Climática. “Além disso, até março deste ano será formalizada a criação da Autoridade Nacional de Segurança Climática, no âmbito do Ministério do Meio Ambiente, além da criação do Conselho sobre Mudança do Clima, a ser comandado pelo próprio Presidente da República e com a participação de todos os Ministérios, da sociedade civil e dos Estados e municípios”, acrescentou.
Marina Silva também apresentou a nova estrutura do MMA, que agora conta com o retorno da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), da Gestão Compartilhada de Recursos Pesqueiros e da promoção da Gestão Ambiental no Meio Rural, bem como das políticas de fortalecimento do papel dos povos e comunidades tradicionais na gestão de seus territórios. Também retorna a Gestão da Política Nacional de Recursos Hídricos e foi anunciado pela ministra a inauguração do Departamento de Proteção e Defesa dos Direitos Animais.
Em seu discurso (leia a íntegra), a chefe da pasta do MMAanunciou criação da Secretaria Extraordinária de Controle do Desmatamento e Ordenamento Territorial e Fundiário. “Quando chegarmos ao desmatamento zero, não precisaremos mais da Secretária Extraordinária de Desmatamento. Então, esse secretário sabe que a taxa de sucesso dele será medida no dia que o Presidente Lula extinguir a secretária extraordinária de desmatamento”, brincou Marina Silva.
A ministra destacou o fortalecimento da participação social como norte das ações do órgão, com o restabelecimento de conselhos e comissões esvaziadas na última gestão, como o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e o conselho deliberativo do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA).
Confira como foi a cerimônia de posse de Marina Silva:
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Trajetória
Natural de Seringal Bagaço, município de Rio Branco, no Acre, Maria Osmarina Silva Vaz de Lima nasceu em 8 de fevereiro de 1958 e sua vida pública teve início em 1986. Com apenas 28 anos, Marina disputou sua primeira eleição concorrendo a uma vaga na Câmara dos Deputados. Ficou entre os cinco candidatos mais votados do Brasil, mas seu partido não conquistou o quociente eleitoral mínimo exigido.
Em 1988, se elegeu vereadora de Rio Branco. Em 1990, tornou-se deputada estadual e em 1994, com 35 anos, foi eleita a senadora mais jovem da história da República. Entre 2003 e 2008, foi ministra de Estado do Meio Ambiente do governo Lula. Marina ainda se candidatou à Presidência da República em 2010, 2014, e 2018. Em 2022, foi eleita deputada federal pelo estado de São Paulo.
Sua trajetória também é marcada por prêmios e honrarias. Em 1996, recebeu o prêmio Goldman, considerado o Nobel do Meio Ambiente. Em 2007, foi contemplada pelo jornal britânico The Guardian, que a incluiu entre as 50 pessoas que podem ajudar a salvar o planeta.
Também em 2007, conquistou o Champions of the Earth, o principal prêmio da ONU na área ambiental e, em 2008, recebeu a honraria mais importante concedida pela rede WWF (World Wide Fund for Nature), a medalha Duque de Edimburgo, em reconhecimento a sua trajetória e luta em defesa da Amazônia brasileira.
Historiadora, professora, psicopedagoga e ambientalista, após 15 anos, Marina Silva retorna ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.
ASCOM MMA