A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, recebeu nesta quarta-feira (2/8) a vice-secretária-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Amina Mohammed, para reforçar o comprometimento do Brasil com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. A ministra reiterou os esforços brasileiros para o cumprimento das metas e destacou a necessidade de maior compromisso internacional no combate à crise climática.A ONU é fundamental para a ação conjunta, disse a ministra, ressaltando o retorno do Brasil à cena multilateral após quatro anos de afastamento. Marina reafirmou compromissos e ações, a defesa dos direitos dos povos e comunidades tradicionais, o combate às desigualdades, a prevenção e controle do desmatamento, o enfrentamento à mudança do clima, a conservação e o uso sustentável da biodiversidade.
Mohammed, que também preside o grupo de desenvolvimento sustentável da ONU, lembrou que os ODS foram criados durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável de 2012, a Rio+20. As metas passaram a valer em 2015, como um apelo para que houvesse ação conjunta pelos 15 anos seguintes.
O compromisso brasileiro de zerar o desmatamento até 2030 ajudará o país a cumprir os ODS relacionados à saúde, ao acesso à água potável, ao combate às mudanças climáticas e à preservação da vida terrestre.
Marina lembrou sua ida a Chennai, na Índia, onde participou na semana passada de reunião de ministros e ministras de Meio Ambiente e Clima do G20, grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia. A retórica dos países, disse ela, não condiz com a realidade:
“Eu vim do G20 e, ouvindo os discursos, parece que estamos em um paraíso climático, mas a conta não fecha. Estamos mentindo para nós mesmos, mas a realidade já está nas nossas casas”, afirmou.
Os resultados da Cúpula da Amazônia, que o Brasil realizará nos dias 8 e 9 em Belém (PA), será importante para que os países que abrigam a maior floresta tropical do planeta façam demandas mais contundentes à comunidade internacional, disse a ministra. Ela completou afirmando que, se os países desenvolvidos não fizerem a sua parte, as nações mais pobres não conseguirão enfrentar sozinhas o problema.
O Brasil assumirá a liderança do G20 em 2024, seguindo a Índia neste ano e a Indonésia em 2021, o que será importante para que o mundo em desenvolvimento tenha protagonismo neste processo de transição, acrescentou Marina. Após a presidência brasileira, a África do Sul assumirá o grupo.
Marina também defendeu mudanças no sistema financeiro global, herdado do pós-Segunda Guerra Mundial, para que ele se torne mais adequado às demandas de um mundo que precisa combater o aquecimento global, além de mitigar e se adaptar a seus impactos.
Segundo a ministra, é fundamental deixar clara a necessidade de aumentar as ações globais de forma conjunta e ética. O Brasil deve aproveitar a Cúpula da Amazônia, a liderança do G20 e a COP30, que será realizada em Belém (PA) em 2025, para criar um compromisso ético com o meio ambiente, declarou.