Com redução de 15,40% no registro de casos de malária no ano passado, em comparação a 2020, Manaus saiu do 7º para o 9º lugar no ranking dos dez municípios brasileiros com maior número de casos da doença no país. A lista dos dez municípios, considerados de maior importância epidemiológica para a malária no Brasil, inclui quatro cidades do Amazonas, duas de Roraima, uma de Rondônia, duas do Pará e uma cidade do Acre.
De acordo com a secretária municipal de Saúde, Shádia Fraxe, a redução é resultado de um trabalho contínuo na rede municipal de saúde, executado por agentes de controle de endemias, que têm papel fundamental nas ações de combate à doença.
Em 2021, conforme os dados do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Malária (Sivep Malária) do Ministério da Saúde, o município que mais apresentou casos da doença foi Barcelos (AM), com 10.433 registros, seguindo de Alto Alegre (RR), com 10.024 ocorrências; São Gabriel da Cachoeira (AM), com 9.427 casos; Porto Velho (RO) com 7.717 registros; Jacareacanga (PA), com 7.456 ocorrências; Itaituba (PA), com 4.992; Amajari (RR), com 4.505 casos; Cruzeiro do Sul (AC), com 4.488 registros; Manaus (AM), com 4.465 ocorrências; e o município de Tefé (AM), com 3.374 casos.
O chefe do Núcleo de Controle da Malária da Semsa, João Altecir Nepomuceno da Silva, destaca que o município de Manaus vem apresentando redução contínua de casos da doença desde 2018, quando houve registro de 8.347 ocorrências. Seguindo a série histórica de casos, Manaus registrou 6.530 ocorrências em 2019, 5.277 em 2020 e 4.464 em 2021.
“A Semsa tem como um dos focos o fortalecimento do diagnóstico precoce, o tratamento em tempo oportuno, a busca ativa de casos suspeitos e o controle vetorial do mosquito transmissor da doença. Os agentes de endemias são treinados para reconhecer os sinais e sintomas e mantém vigilância permanente, realizam visita de casa em casa para a coleta de material do exame, entregam medicamentos e fazem a supervisão, quando necessário, do tratamento do paciente”, ressalta Shádia.
Além da redução de casos, João Altecir aponta que as informações do Sivep Malária, atualizadas em 10 de março, também mostram que Manaus é o único, entre os dez municípios com maior número de casos, que não registrou, em 2021, a transmissão local provocada pelo parasita Plasmodium falciparum, que é uma das espécies de protozoário transmitido ao homem pela picada de mosquitos do gênero Anopheles, ocasionando a malária.
“No total, entre 2017 e 2021, Manaus apresenta uma redução de 57,7% de casos de malária. Foram notificados 10.557 casos de malária em 2017 contra 4.464 em 2021. Essa redução e a melhora no ranking de municípios com mais casos, representam uma conquista para o programa de controle da doença, principalmente considerando que Manaus é uma área endêmica e que tem uma população muito maior, comparada a outros municípios com transmissão ativa da malária, com mais de dois milhões de habitantes”, ressalta João Altecir.
Sintomas
“O Plasmodium falciparum é o mais agressivo agente causador da doença e responsável pelos casos de morte por malária. O controle dessa transmissão é uma das metas estabelecidas pelo Programa Nacional de Controle da Malária. Em Manaus, é um desafio constante, já que a capital amazonense sofre uma pressão epidemiológica de outros municípios que registram a transmissão do Plasmodium falciparum, sendo ponto de passagem, mobilidade e grande circulação de pessoas”, explica.
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Os principais sintomas da malária são: febre alta, calafrios, tremores, sudorese e dor de cabeça. Em alguns casos, podem surgir sintomas como náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite. Ao apresentar sintomas da doença, o paciente deve procurar uma das unidades de saúde ou laboratório de referência para atendimento de casos suspeitos de malária.
Foto – Valdo Leão / Arquivo – Semcom
Texto – Eurivânia Galúcio / Semsa
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