Por Sebastião de Oliveira, equipe Ascom
A pesquisa intitulado “Neurocognitive adverse events related to lorlatinib in non-small cell lung cancer: A systematic review and meta-analysis”, foi destaque no Congresso da Sociedade Europeia de Oncologia – ESMO 2023, com a premiação de melhor poster. O evento aconteceu entre os dias 20 e 24 de outubro, em Madrid, Espanha.
O Oncologista Thiago Madeira recebeu a premiação em nome do grupo de pesquisa, que tem como autora sênior a oncologista Maysa Silveira Vilbert, do Princess Margareth Câncer Center, e como primeiro autor Jonathan Nascimento Priantti, aluno do 9º período do curso de Medicina da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e membro da Liga Acadêmica de Oncologia do Amazonas (LAO-AM).
Jonathan Priantti acredita que ter a oportunidade de ser o primeiro autor de um projeto que conquistou ‘Best Poster’ na categoria de câncer de pulmão não pequenas células metastático no Congresso da Sociedade Europeia de Oncologia ainda sendo aluno de graduação, faz compreender a importância de alguns mentores na universidade e nos hospitais de assistência que me instigaram a se interessar e a se dedicar à pesquisa.
De acordo com ele, a pesquisa objetiva analisar a prevalência de efeitos adversos neurocognitivos do medicamento Lorlatinib, um inibidor de tirosina quinase de terceira geração, em pacientes com câncer de pulmão não pequenas células com a mutação ALK/ROS1. Quanto aos métodos, o discente conta que utilizou a meta-análise de estudos já publicados, em que cada grupo de efeitos adversos que fazem parte do conceito de eventos neurocognitivos adversos foi analisado. Ele destaca os eventos adversos cognitivos, adversos de alterações do humor, adversos relacionados à fala e por último adversos psicóticos.
“Os resultados mostraram uma prevalência significativa de todos os eventos adversos mencionados e demonstrou, ainda, que os efeitos adversos cognitivos e de alterações do humor dessa medicação foram mais comuns em ensaios clínicos randomizados em comparação aos estudos observacionais”, disse o pesquisador que enfatiza a importância da pesquisa sobre os eventos adversos neurocognitivos e direciona questionamentos acerca da disparidade em reconhecer e reportar tais efeitos colaterais, insinuando que o estigma social que cerca tanto as doenças mentais quanto seu subdiagnóstico, possivelmente impacta essa disparidade.
Jonathan Priantti concluiu que a pesquisa demonstrou que a educação continuada dos pacientes, dos familiares e da rede de assistência em relação à detecção desses eventos adversos é fundamental para que ocorra o manejo adequado e precoce desses efeitos adversos específicos, impactando em uma melhor qualidade de vida de pacientes com câncer de pulmão não pequenas células ALK/ROS1-positivos submetidos à terapia alvo com o Lorlatinib.
A pesquisa completa pode ser observada no endereço eletrônico oficial a seguir: https://www.annalsofoncology.org/article/S0923-7534(23)03235-0/fulltext