Edição Sebastião de Oliveira
Revisão Rozana Soares
A criação da Escola Bilíngue Francês-Português foi possível graças às ações desenvolvidas no Programa Residência Pedagógica – Núcleo Francês, que é coordenado pela professora Stéphanie Soares Girão, da Faculdade de Letras, da Universidade Federal do Amazonas (Flet/Ufam). Todo o processo de criação teve o apoio de uma equipe de trabalho que incluía os preceptores e residentes do Núcleo, com destaque a preceptora professora Glória de Sá e os residentes Keyze, Ana, Camilla, Dheyvid e André Gomes.
Após 1 ano de atividades de ensino da língua francesa dentro de uma perspectiva intercultural, gamificada e decolonial, a comunidade escolar – pais, alunos e professores, num total de mais de 1000 pessoas – aprovaram a criação da Escola Bilíngue Francês-Português Elisa Bessa Freire, que fica localizada no bairro Jorge Teixeira, zona Leste.
Para a coordenação, essa vitória é de toda a comunidade de professores de francês e francófilos do Amazonas que evidencia o trabalho da Faculdade de Letras nas comunidades, mudando a realidade das periferias com trabalho sério, ético e coletivo
Para o diretor da Flet, professor Robert Rosas, “quando expandimos as escolas bilíngues, a Faculdade dá todo o suporte teórico pedagógico, assim como, a promoção da política linguística da Universidade com seu fortalecimento e definição, no sentido de atender esse cenário plurilíngue, multilíngue e intercultural, extremamente necessário para a produção da ciência, do conhecimento e da cultura no mundo globalizado, aberto a várias conexões que vivenciamos em nossa atualidade.
Para a coordenadora do Núcleo, professora Stéphanie Soares Girão, disse que “a criação da 2a Escola Bilíngue Francês-Português do Amazonas, o Ceti Elisa Bessa Freire, é um ganho imenso para a sociedade, especialmente pela escola se localizar em uma zona mais periférica, no bairro Jorge Teixeira. Além disso, o ensino bilíngue oferecido na escola já inicia com o diferencial de ter o apoio direto da Ufam, uma vez que, o projeto bilíngue da escola surge com a presença do Programa Residência Pedagógica, da Capes, Núcleo Francês. Assim, a Ufam, através do Estágio em Francês e do Programa, leva aos alunos o que há de mais atraente no ensino de línguas e literaturas estrangeiras, que é a gamificação e a interculturalidade”.
Nesse aspecto, Girão destacou que na Zona Leste há uma grande comunidade de pessoas falantes de francês e crioulo, que é a comunidade haitiana. “Ter uma escola bilíngue francês-português na região dá oportunidade para que esta comunidade possa manter o contato com uma de suas línguas de herança e, por outro lado, a comunidade escolar passa a conhecer a cultura e a língua da comunidade haitiana, ampliando as trocas entre as culturas”, completou.
“Outro ponto a ser evidenciado é a expansão do campo de trabalho para discentes da Ufam que estão se formando em Letras-Língua e Literatura Francesa pela Faculdade de Letras. Temos diversos profissionais já formados e outros em formação de excelente qualidade que estão prontos para levar a língua francesa e a diversidade da cultura francófona para os alunos da escola. No final, ganha tanto a comunidade como a própria UFAM, nesta troca e construção de conhecimento através da educação e da língua francesa”, expôs a coordenadora, professora Stéphanie Girão.