A oferta de recursos da linha Microcrédito Empreendedor tem papel fundamental na pauta da inclusão produtiva, considerando que o setor é composto majoritariamente por empreendedores, muitas vezes, excluídos do sistema financeiro.
No dia do Orgulho LGBTQIA+, comemorado nessa terça-feira, dia 28, a cabeleireira Paloma de Sousa Rodrigues, que é uma mulher trans, recebeu da Desenvolve Roraima o microcrédito empreendedor para alavancar o seu salão de beleza.
A empreendedora afirma que receber esse microcrédito da Desenvolve no valor de R$10 mil é uma oportunidade de expandir o negócio, além de ser uma forma de inclusão no mercado formal de trabalho.
Há cerca de 30 anos, Paloma de Sousa fez a transição e desde então passou a trabalhar no ramo da beleza. Atualmente, além de empreendedora, é presidente da ATER (Associação de Travestis Transexuais e Transgêneros do Estado de Roraima).
O presidente da Desenvolve Roraima, Adailton Fernandes, ressalta que qualquer pessoa que está iniciando seu empreendimento ou quer impulsionar um já existente pode se cadastrar e, se preencher os requisitos necessários, terá o crédito aprovado. Esse financiamento é um impulsionamento para o negócio desses empreendedores.
“Empreender exige coragem e determinação. Não é um processo tão fácil, principalmente para as pessoas em situação de vulnerabilidade como boa parte da comunidade LGBTQIA+. As coisas estão mudando, mas infelizmente a discriminação ainda existe”, afirmou ela.
População trans e mercado de trabalho
“O Governo do Estado, por meio da Desenvolve Roraima, proporciona o desenvolvimento, empreendedorismo, leva crédito e fomento a todos os setores produtivos, seja do comércio, do serviço, ou da indústria. E esta inclusão está disponível para todas as categorias produtivas, seja na agricultura indígena, familiar e também na comunidade LGBTQIA+ que tem uma enorme contribuição no fomento do Estado, nos segmentos de moda, beleza, artesanato, costura entre outros”, ressaltou o presidente.
O Empreendedorismo
Mesmo que o Brasil não possua estatísticas exatas sobre a população trans e seu mercado de trabalho, a OIT (Organização Internacional do Trabalho) publicou, em 2016, um estudo indicando que apenas 10% da população trans ao redor do mundo trabalhava formalmente, ou seja, com proteção das leis de trabalho. Isso deve-se principalmente à discriminação presente nas empresas, que muitas vezes fecham suas portas para as pessoas trans, deixando-as em situação de vulnerabilidade social, desemprego e sem nenhuma perspectiva de estabilidade financeira. Como consequência, uma grande parte se volta para trabalhos informais para poder se sustentar.
Adailton Fernandes finaliza dizendo que o empreendedorismo é um espaço de criação de empregos que pode transformar positivamente as vidas da população LGBTQI+, aumentando a liberdade pessoal, autoestima, e alcançando a autonomia e estabilidade financeira que auxilia o desenvolvimento do país, quando em conjunto traz a inclusão social, respeito à diversidade, tornando-se uma alternativa positiva para todos os envolvidos.
Empreender, desse modo, mostra-se como uma alternativa para as pessoas trans e toda a comunidade LGBTQIA+ se inserirem no mercado e começarem um negócio.