O espaço de acolhimento Tarumã-Açu 1, destinado para atendimento aos indígenas venezuelanos warao, recebeu a visita da comitiva liderada pelo embaixador da União Europeia no Brasil, Ignácio Ybáñez, nesta sexta-feira, 8/4. A unidade é coordenada pela Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), e conta com o apoio de organizações internacionais como o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).
Além do acolhimento, a Semasc tem atuado no processo de saída dos venezuelanos warao desses espaços, principalmente com a oferta de cursos de formação profissional e de participação em eventos de empreendedorismo realizados na cidade. O objetivo é garantir a autonomia das famílias.
A capital amazonense dispõe de dois espaços de acolhimento municipal (Tarumã Açu 1 e 2), ambos localizados no bairro Tarumã, na zona Oeste, que atendem, atualmente, 154 pessoas.
Desde o início da migração, a União Europeia tem cooperado diretamente na resposta às populações refugiadas e migrantes em Manaus, por meio da doação de recursos que possibilitam fortalecer as ações emergenciais.
“Por determinação do prefeito David Almeida, nós temos realizado diversas ações junto à população indígena warao. Importante destacar que no período em que ele foi governador, ele foi pioneiro na estruturação de acolhimento e de atendimento às famílias. Hoje, o nosso trabalho é reconhecido e serve como referência para outras capitais e municípios que trabalham a interiorização. Como exemplo, as famílias foram inseridas no Cadastro Único, recebem benefícios sociais ou então estão inseridas no programa Passaporte para a Cidadania, que visa potencializar as alternativas de atendimento por meio de serviços voltados para a inclusão social”, destacou a secretária da Semasc, Jane Mara Moraes.
A Acnur tem auxiliado o processo de construção de estratégias de proteção e acolhimento, apoiando tecnicamente a gestão dos espaços, além de atuar na entrega de materiais e equipamentos destinados ao atendimento às famílias.
“Para a União Europeia, os deslocamentos forçados são um desafio global e, portanto, não se pode deixar os países acolhedores de refugiados e migrantes sozinhos. A solidariedade tem que continuar existindo e vamos trabalhar para isso”, afirmou o embaixador da União Europeia, Ignácio Ybánez.
Além da Acnur, as ações também contam com apoio da Organização Internacional para as Migrações (OIM), do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA). Também apoiam as atividades instituições da sociedade civil, como Instituto Mana, Adra e Aldeias Infantis SOS Brasil.
“A nossa parceria é muito forte justamente porque temos essa chamada de atender as necessidades dos setores mais vulneráveis. Essa crise humanitária tende a ser persistente, então precisamos continuar com essa parceria, reforçando nosso trabalho. A visita que estamos fazendo hoje é muito importante para a sustentabilidade do nosso trabalho”, declarou o vice representante da Acnur no Brasil, Federico Martinez.
Iniciativas
Além deste espaço, a Semasc tem viabilizado a venda desses materiais em outros locais, como feiras de empreendedorismo feminino realizadas em várias áreas da cidade.
Entre as diversas iniciativas adotadas para garantir o protagonismo e a autonomia das famílias indígenas de venezuelanos warao está a implantação do projeto de artesanato indígena em parceria com o museu A Casa do Objeto Brasileiro, um espaço destinado para a exposição e venda do artesanato produzido pelas mulheres warao, que também tem apoio da Acnur e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Para Alícia Aranguren, artesã warao, esse trabalho tem sido importante pois tem garantido renda para as famílias. “Eu tenho muito orgulho em ser artesã. Em poder mostrar minha arte. Estou no Brasil há três anos, sendo sete meses em Manaus. Aqui tenho me esforçado em aprender o português para facilitar a venda dos meus produtos e incentivo outras mulheres a seguir o mesmo caminho”, concluiu a artesã.
“Nós temos trabalhado a questão da venda, da qualidade das peças, como fazer o escoamento melhor desses produtos. O projeto tem foco na venda e na geração de renda dessas artesãs”, explicou a assistente de campo do projeto, Karla Gama.
Desde 2016, a Prefeitura de Manaus e as organizações internacionais de apoio a refugiados e migrantes têm trabalhado na ampliação da resposta humanitária ao fluxo migratório proveniente da Venezuela com presença na capital do Amazonas, um dos principais destinos dos refugiados do país vizinho que procuram abrigo no Brasil.
Atuação
Os espaços contam com um redário cada, com capacidade para cem pessoas, incluindo 22 banheiros, refeitório, cozinha, quadra de esporte, salão de reunião, prédio com quatro salas, além de um riacho e área para agricultura familiar.
Acolhimentos
Texto – Leonardo Fierro / Semasc
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Disponíveis em – https://flic.kr/s/aHBqjzJT6u
Fotos – Antonio Pereira / Semcom
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