A cerimônia de premiação acontece no mês dezembro, em Brasília, que elege as melhores pesquisas de doutorado defendidas em 2023
Por Sebastião de Oliveira, equipe Ascom
É a primeira vez que o Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da Universidade Federal do Amazonas (PPGBiotec/Ufam) será contemplado com o Prêmio Capes de Tese, relativo à pesquisa da egressa Juliane Corrêa Glória, intitulada ‘Novas abordagens para o desenvolvimento de insumos e métodos para o diagnóstico de malária’, que teve orientação do professor Luiz André Morais Mariuba.
Acesse resultado final que está disponível no site da CAPES https://www.gov.br/capes/pt-br
Para o orientador, professor Luiz André Morais, o Prêmio Capes de Tese representa um grande reconhecimento aos trabalhos desenvolvidos nacionalmente nos programas de pós-graduação. Segundo ele, visto a grande concorrência existente todos os anos é uma honra ser um dos contemplados. “Penso que isto foi um reflexo de todo o esforço realizado estes anos, fruto de várias colaborações entre o corpo docente do PPGBiotec, de diferentes instituições além da Ufam e Fiocruz, e com outros programas de pós-graduação como PPGIba e PPGBio-Interação. Esta premiação é uma comprovação da qualidade dos trabalhos que vêm sendo desenvolvidos e da capacidade de repassar conhecimento neste conjunto de instituições parceiras”, completou.
Ele destacou quanto ao fomento de estágios para estudantes, como foi o caso da Juliane, permitindo assim que o aluno entre em contato com novas técnicas que podem ser posteriormente transferidas aos laboratórios da Instituição.
Visibilidade
O docente disse que a publicação das pesquisas em revistas de alto impacto traz maior visibilidade e reconhecimento para os trabalhos desenvolvidos. “A credibilidade obtida com estes artigos torna também o ambiente acadêmico local mais atrativo e competitivo, ajudando reduzir as discrepâncias existentes com as demais regiões do país neste meio. Contudo, apesar de desejado e demandado, vale salientar que o financiamento para tal continua restrito. Os custos para publicação nestas revistas são exorbitantes e por vezes inacessíveis a maioria dos pesquisadores”, expôs o orientador.
“Revistas que não cobram taxa de publicação são em grande parte de menor impacto e/ou demoram meses para dar uma resposta quanto ao aceite do artigo. Acredito na importância de buscarmos a elevação da qualidade de nossas produções, porém, ainda há a carência de uma maior organização no suporte financeiro de modo mais prático e rotineiro para isto”, completou.
Reconhecimento
Para Juliane Correa Glória acredita que é importante receber esse reconhecimento por trabalhos na área de biotecnologia, visto que muito se fala sobre a pesquisa na Amazônia na área de prospecção, ecologia, e outras subáreas agroflorestais, mas temos uma menor visibilidade na área de biotecnologia, quando comparado a outras regiões do Brasil.
“Na minha opinião, ganhar esse prêmio serviu para que as pessoas, em nível nacional, lembrem que aqui também desenvolvemos pesquisas robustas de cunho biotecnológico. É uma honra ser a primeira a ganhar esse prêmio pelo programa. A qualidade do ensino que recebi foi de alto nível, principalmente no que tange às disciplinas relacionadas à minha pesquisa. Tenho certeza de que o prêmio servirá de incentivo para que outros alunos concorram ao mesmo nos anos posteriores, e estou convicta de que esta não será a primeira vez que o programa será contemplado”, pontou a pesquisadora.
Sobre o Prêmio Capes de Tese
O Prêmio Capes de Tese reconhece os melhores trabalhos de conclusão de doutorado defendidos em programas de pós-graduação brasileiros de acordo com os seguintes critérios: originalidade do trabalho, relevância para o desenvolvimento científico, tecnológico, cultural, social e de inovação e o valor agregado pelo sistema educacional ao candidato.
Criado em 2005 e entregue pela primeira vez em 2006, ele abrange todas as áreas de conhecimento que têm um representante na avaliação da pós-graduação stricto sensu. Um dos objetivos da iniciativa é aumentar a visibilidade das ações positivas e indutoras da CAPES na pós-graduação brasileira.
Premiação
Os autores dos trabalhos selecionados receberão bolsas de até um ano para estágio pós-doutoral em instituição nacional, certificado e medalha. Seus orientadores ganharão um prêmio no valor de até R$3 mil, além de certificados que também serão oferecidos aos coorientadores e aos programas de pós-graduação nos quais as teses foram defendidas.
O vencedor do Grande Prêmio ganha uma bolsa para estágio pós-doutoral em uma instituição internacional, por até 12 meses, certificado e troféu. Cada orientador vai receber premiação de R$9 mil, para participar de congresso internacional e certificado de premiação que também será entregue aos coorientadores e ao Programa.
Instituições parceiras oferecerão prêmios adicionais. A Fundação Carlos Chagas dará R$25 mil aos autores das teses vencedoras nas áreas de Educação e Ensino, além de quatro menções honrosas no valor de R$10 mil, duas em cada uma dessas áreas. Do mesmo modo, a Dimensions Sciences oferece US$2 mil a uma autora na área de Biotecnologia cujo trabalho tenha relação com inovação e empreendedorismo. Já o Instituto Serrapilheira concederá dois prêmios de R$20 mil, um para o trabalho vencedor do Grande Prêmio do Colégio de Ciências da Vida e outro para o de Ciências Exatas, Tecnológicas e Multidisciplinar.