Os cinco Distritos de Saúde (Disa) da Prefeitura de Manaus estão alinhando uma série de atividades que serão desenvolvidas no mês de outubro para fortalecer o combate à sífilis na capital. A programação, coordenada pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), irá intensificar ações de prevenção, diagnóstico, tratamento da doença e controle de cura.
A secretária municipal de Saúde, Shádia Fraxe, informa que a sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível e o método mais eficaz de prevenção é o uso de preservativos. De acordo com ela, o município se esforça para reduzir o número de novos casos de sífilis adquirida (transmitida em relações sexuais sem proteção), sífilis em gestante e sífilis congênita (transmissão vertical da grávida para o bebê).
“Precisamos lembrar a população que a sífilis, apesar de ser uma doença silenciosa, apresenta graves riscos à saúde, e só iremos conseguir quebrar a cadeia de transmissão se as pessoas realizarem a testagem e iniciarem o tratamento. Esses serviços são ofertados em todas as unidades da Atenção Primária e estão disponíveis durante todo o ano. Em outubro, vamos realizar uma programação para intensificar esses serviços e envolver a população ainda mais no controle da doença”, afirma Shádia.
A secretária conta que, de janeiro até o dia 10 de agosto deste ano, Manaus registrou 2.345 novos casos de sífilis adquirida, 1.089 novos casos de sífilis em gestantes e 174 novos casos de sífilis congênita. Os dados são monitorados pela Semsa, por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
Programação
A enfermeira Ylara Costa, referência técnica de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), Sífilis e Transmissão Vertical da Gerência de Vigilância Epidemiológica da Semsa, informou que o mês de outubro é destinado à intensificação do combate à sífilis no país. A secretaria começou a planejar as ações em agosto e, neste mês, está dando continuidade ao alinhamento da programação de cada zona da cidade.
“As ações que serão implementadas são ações de prevenção, como educação em saúde e distribuição de preservativos, ações de diagnóstico com a oferta de testagem rápida, além do tratamento e monitoramento de cura, com os exames e medicamentos disponibilizados pela Atenção Primária”, detalha Ylara.
A enfermeira chama atenção que o perfil epidemiológico da sífilis em Manaus tem um cenário preocupante, com número de casos mais que o dobro da média nacional. O principal propósito da Semsa é quebrar a cadeia de transmissão e realizar o tratamento, com foco principal nas gestantes.
“Quando é diagnosticada a sífilis em gestantes, além de reduzir a transmissão entre os adultos, também conseguimos proteger o bebê, com o tratamento adequado, evitando a sífilis congênita. Uma sífilis em gestante não tratada pode causar o aborto da criança ou pode ocasionar problemas neurológicos como surdez, cegueira, retardo no desenvolvimento, problemas ósseos ou cardíacos no bebê”, disse Ylara, acrescentando que os testes e o tratamento são ofertados na rotina do pré-natal nas UBSs.
Cuidados
A principal forma de se prevenir contra a sífilis é fazendo uso de preservativos, feminino ou masculino, durante as relações sexuais. Dados epidemiológicos apontam que os públicos mais expostos ao vírus são jovens de até 19 anos, durante o começo da vida sexual, e adultos de 20 a 39 anos, que têm a vida sexual ativa.
“É importante frisar para toda a população que se você testou, tratou e se curou da sífilis, você pode ser infectado novamente se tiver uma exposição de risco, mantendo relação sexual sem preservativo, porque o tratamento da sífilis não confere proteção contra novas infecções. Então por isso a gente reforça a importância de sempre manter o uso dos insumos de proteção”, lembra Ylara.
A enfermeira explica que a doença desencadeia sinais e sintomas autolimitados, ou seja, desaparecem depois de certo tempo, mesmo sem tratamento. “Podemos dizer que é uma doença que ‘se esconde’, porém continua evoluindo causando complicações variadas no corpo, é muito importante que caso apresente qualquer sintoma, a pessoa teste e trate. Se ela fez relação sexual desprotegida, mesmo sem sinais, ela precisa buscar uma testagem para impedir a evolução, em caso de infecção”, orienta.
Na fase primária da sífilis, a principal característica é uma ferida nos órgãos sexuais, que some após cerca de uma semana. Já na fase secundária, que aparece de seis semanas a seis meses após a infecção, é quando surgem lesões principalmente no tronco e palma das mãos e pés. A terciária, que pode começar após cerca de 1 até 40 anos com a doença latente, é marcada principalmente pelo acometimento dos sistemas nervoso e cardíaco, podendo levar à morte.
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Texto – Victor Cruz / Semsa
Fotos – Divulgação / Semsa
Em anexo
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