FOTOS: Marcos Vinícius/SES-AMComemorado neste sábado (16/04), o Dia Mundial da Voz é voltado para sensibilizar e conscientizar a população da importância dos cuidados necessários para manter a saúde vocal. Nesta data, fonoaudiólogas da Policlínica Codajás, unidade da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), esclarecem sobre alterações vocais, hábitos nocivos e alertam para cuidados fundamentais.
Há 45 minutos
Por Agência Amazonas
Especialistas da Policlínica Codajás trabalham com a reabilitação de pacientes com disfonias vocais
“A voz é o som que você ouve. O abrir e fechar da boca é a fala. A fala é um ato motor de abrir e fechar a boca e modular o som que é produzido pelas pregas vocais. Esse som é que é a voz. A voz é a produção do ar saindo dos pulmões passando pelas pregas vocais que vibram como se fosse uma corda de violão. Com essa vibração, as pregas vocais produzem o som. Esse som é a voz que vai ganhar volume, projeção, modulação através do ato motor da fala. Isso é a voz”, explica a especialista.
A fonoaudióloga Tatiana Freitas, da Policlínica Codajás, localizada na zona sul de Manaus, explica o que é a voz e como ela é produzida.
“Essas duas pregas vocais para produzirem o som precisam estar fechadas, totalmente, encostadas uma na outra. Estamos no ano em que vamos ter jogos de futebol, por conta disso a gente vai torcer, gritar e esse grito faz com que a prega vocal feche bruscamente. Elas vão atritando e formando um espessamento, gerando um sintoma chamado disfonia”, reforça Freitas.
Disfonias vocais – Conforme a fonoaudióloga, existem inúmeras alterações que podem ocorrer devido ao mau uso e abuso vocal, além de disfonias relacionadas à idade, ganho ou perda de peso e traumas nos músculos que compõem o sistema da fala, psicológicos e comportamentais.
Cuidados com a voz – Segundo a fonoaudióloga, hábitos como gritar, sussurrar, ingerir alimentos gordurosos e volumosos e pigarrear, para tirar a secreção espessa que se forma na garganta, podem repentinamente ou progressivamente gerar rouquidão.
De acordo com a especialista, crianças podem ter disfonia comportamental ao imitar personagens de desenhos populares que assistem. A alteração vocal nos meninos durante a adolescência está relacionada à puberdade, que não se perpetua na fase adulta. Idosos estão propensos ao desgaste natural da voz (presbifonia) em decorrência da perda da força muscular intrínseca ao envelhecimento.
“Nós temos vários métodos de exercícios vocais, mas a escolha de qual vai ser utilizado precisa levar em consideração a fisiologia vocal, e também considerar a individualidade de cada pessoa. A prática do aquecimento é voltada para um uso diferenciado da voz, quando há uma demanda maior do que a demanda habitual da conversa diária, mas você precisa considerar a demanda vocal na sua profissão”, explica Naiana.
Para Naiana Parente, que atua no Centro Especializado de Reabilitação Tipo III (CER III) da policlínica, pessoas com alteração na voz e que utilizam-a como instrumento de trabalho, como professores, atores, cantores, jornalistas e atendentes, precisam manter os cuidados, que inclui avaliação individual uma vez que as causas da disfonia podem ser diversas.
“Outras recomendações é evitar utilizar roupas que apertam o abdômen para ter um livre movimento pulmonar, da musculatura respiratória e do diafragma. Evitar roupas que apertem a região do pescoço, como gravata e camisas de gola alta, que impedem movimentos de elevação e abaixamento de prega da laringe, evitar cintas e cintos, tudo que aperte muito. A postura também é importantíssima”, disse a especialista.
A fonoaudióloga Tatiana Freitas alerta para alguns cuidados que devem ser tomados para a manutenção de uma voz saudável, por exemplo, a ingestão de bebidas quentes e geladas, postura e o vestuário.
“Por conta da intubação pode ocorrer alguma lesão na prega vocal. Na covid-19 também há casos onde, pela debilidade respiratória, a pessoa tem dificuldade para projetar a sua voz. A respiração é a base da fonação, é a base da voz”, ressalta a fonoaudióloga.
Covid-19 e síndromes gripais – A infecção por síndromes gripais, principalmente a covid-19, pode afetar a capacidade vocal. Em casos graves da doença, pacientes que necessitaram de intubação, procedimento que consiste na inserção de um tubo desde a boca até à traqueia passando pelas cordas vocais, pode ocasionar lesões das estruturas necessárias para produção da voz, conforme explicou Naiana.
Para realização do agendamento, o usuário do Sistema Único de Saúde (SUS) deve comparecer ao CER III munido de encaminhamento médico os seguintes documentos pessoais (original e cópia): carteira de identidade, registro de nascimento (se menor de idade), cartão do SUS, CPF e comprovante de residência.
Atendimento – Os agendamentos para reabilitação vocal na Policlínica Codajás são realizados uma vez por mês, em data pré-estabelecida no final de cada mês. Para iniciar o tratamento é necessário encaminhamento de um profissional da saúde obtido em uma unidade.