Numa semana com toque de recolher, em que o comércio antecipou o encerramento das atividades e que escolas não abriram por conta da violência instaurada no município, o deputado Comandante Dan (PSC) realizou na quinta-feira, 25 de maio, Audiência Pública da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), em Rio Preto da Eva, (distante 80 quilômetros de Manaus) para ouvir os cidadãos e saber como o Poder Legislativo pode intervir em favor da população.
“Viemos para o olho do furacão, pois é aqui que as coisas estão acontecendo. Estabeleceria comandos itinerantes dos órgãos de segurança para estarem aqui, se estivesse no comando dessa operação” declarou Dan Câmara.
O deputado afirmou que foi desaconselhado por inúmeros atores da segurança pública a realizar a audiência. “Não podemos deixar que o crime organizado imponha as regras de conduta sobre o poder público”, assegurou.
O evento aconteceu na sede da Câmara Municipal e reuniu autoridades do executivo e do legislativo local, forças da segurança e cidadãos. A sensação de insegurança no município está muita alta, por conta dos tiroteios entre facções e um número muito expressivo de prisões desde a última segunda-feira (22). “Uma cidade com 35 mil habitantes, a uma hora da capital, com forte presença turística e passagem para outros municípios, é inconcebível o que está acontecendo”, reafirmou o parlamentar.
O diagnóstico mais imediato traçado na Audiência Pública da Comissão de Segurança da Aleam diagnosticou forte disputa entre facções do crime organizado pelo domínio na distribuição e venda de entorpecentes e em outros crimes que se relacionam à atividade.
“A providência fundamental, necessária e imediata é a instalação de um gabinete de gestão de crise, cobrindo inclusive entradas e saídas dos municípios com a acesso a Rio Preto, uma presença ostensiva e eficaz da autoridade pública”, disse o deputado, que também considera ser necessário a implantação da municipalização da segurança, a valorização de defesa social, conforme preconiza a Lei n 13.675 de 2018, que normatiza o Sistema Único de Segurança Pública e Defesa Social.
Segundo ele, a Audiência vai se desdobrar em ações junto às autoridades do Estado. “Pretendemos, feita a nossa parte, voltar ao município para ver como a questão evoluiu”, concluiu.