O objetivo é receber as informações necessárias para o cumprimento do período de vazio sanitário determinado pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), nas portarias DAS/MAPA Nº 554/2022 e 555/2022, que instituem as datas do vazio e o período de semeadura da soja em Roraima.
O programa estadual de controle da ferrugem asiática da soja terá início neste mês de Junho. O Governo do Estado, por meio da Aderr (Agência de Defesa Agropecuária), convoca todos os produtores de soja de Roraima a comparecerem na Agência, UDAs e escritórios nos municípios, a partir do próximo dia 20, para realizarem o cadastramento eletrônico no Sigaderr.
Segundo o presidente da Aderr, Marcelo Parisi, a praga foi identificada em 2021 em propriedades dos municípios de Alto Alegre e Iracema, sendo confirmada por laboratório oficial credenciado no Mapa. “Estamos atentos e preparados para realizar todas as ações necessárias ao combate da praga”, disse Parisi.
As portarias determinam que o órgão Estadual de Defesa Sanitária Vegetal realize o cadastro de produtores, visando o acompanhamento do monitoramento da ocorrência da praga durante o período de safra, o cumprimento do vazio sanitário, além do calendário de semeadura e os cultivos autorizados em caráter especial.
Roraima já cultiva há alguns anos a soja, mas em larga escala tem pouco tempo, conforme enfatiza o diretor de Defesa Vegetal, Marcos Prill. “Outros Estados já vêm plantando e aumentando sua produção ano após ano, isso fez com que eles desenvolvessem técnicas capazes de combater com eficiência a ferrugem asiática”.
Ferrugem Asiática em RoraimaA ferrugem asiática foi identificada no plantio da soja em Roraima pelos técnicos da Aderr com a colaboração da Embrapa/RR, por intermédio do Dr. Daniel Schurt. Foi o primeiro caso da ocorrência do fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da doença, no Estado.
Ações como cadastro de áreas produtoras, definição de período de cultivo, respeito ao vazio sanitário, uso de tecnologia de aplicação de defensivos para combate ao fungo e cadastro dos sojicultores na Agência são importantes para eliminar o fungo em Roraima, segundo informou Guilherme Rodrigues, Gerente de Defesa Vegetal.
O governador Antonio Denarium ressaltou que com os instrumentos de controle e combate desenvolvidos e aprimorados em outros estados que, inclusive, conseguiram aumentaram sua produtividade, “Roraima irá aproveitar todo esse arsenal tecnológico e tomar medidas assertivas, ajudando os técnicos e produtores a livrarem a soja do fungo da ferrugem”.
A identificação da doença ocorreu durante trabalho de rotina de inspeção de plantios, quando foi realizada coleta de folhas de soja, com sintomas pelos técnicos da Aderr.
A identificação da Ferrugem
Os procedimentos de coleta e de acondicionamento e envio das amostras foram acompanhados pelo Dr. Daniel Schurt, em atendimento ao termo de cooperação técnica entre as instituições.
A confirmação oficial veio após análise em laboratório oficial credenciado junto ao Mapa, confirmando a presença do patógeno no material amostrado.
Características da doença
Já existem registro de produtos específicos para controle do Phakopsora pachyrhizi, com lista de fungicidas disponível no site da Aderr http://www.aderr.rr.gov.br/index.php/downloads/send/14-agrotoxicos/57-relatorio-fungicidas-registrados-na-cultura-da-soja-rr-18-de-marco-de-2021.
Surgimento no Brasil
O fungo causador da ferrugem, Phakopsora pachyrhizii é um parasita obrigatório. Para se desenvolver e multiplicar ele precisa de um hospedeiro vivo a fim de concluir seu ciclo de vida. O patógeno é favorecido por temperaturas que variam de 18°C a 26,5°C e um período de molhamento foliar de 8h a 12h. Nestas condições, o ciclo da doença é bastante rápido, de 6 a 10 dias entre a deposição do primeiro esporo e o aparecimento dos primeiros sintomas, causando, portanto, perdas consideráveis, dependendo da severidade da doença.
A ferrugem asiática é tida pelos especialistas como a principal doença da soja. Há relatos em estudos que a Phakopsora pachyrhizi, nome científico da ferrugem da soja, segundo a Embrapa, pode causar perdas de 10% a 90%. A doença chegou ao Brasil em 2001, e desde então, causou prejuízo de mais de US$ 25 bilhões.