Há 25 anos, a engenheira Islane Rodrigues iniciava uma vida que seria dedicada ao serviço público municipal dentro dos quadros do hoje Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb). Atual gerente de Informação Técnica da Diretoria de Operações (Diop), Islane observa que o olhar feminino dentro da autarquia ajuda a unir capacidades técnicas com a mediação de conflitos bem estruturada pelo ser feminino.
Hoje, quando se comemora o Dia Internacional da Mulher, dia 8 de março, a engenheira tem orgulho de estar nos quadros da autarquia, com quem cresceu e aprendeu junto ao longo dos anos. “O olhar feminino permite a adaptabilidade e sensibilidade, onde percebemos que há muito a fazer para atingir os objetivos de atender ao público e trabalhar para, a partir do cumprimento de nossas funções na administração pública, alcançar as metas para contribuir para a melhoria da cidade, como um todo”, destacou.
A economista, que há 8 anos ocupa o cargo de chefe de Gabinete do órgão, Hellen Sena, comanda um time de assessores e auxiliares da presidência quase que exclusivamente formado por mulheres. “Os problemas e as demandas em geral são, de certa forma, concluídas no gabinete. Com o olhar feminino, conduzimos de maneira mais leve, mais sensível, sem deixar de termos postura firme e assertiva. Tratamos com diversos públicos e a sensibilidade feminina, nessa hora, conta a nosso favor. Temos que ter um conhecimento amplo de todas as áreas para darmos o direcionamento correto e o melhor resultado aos requerentes”, disse Hellen Sena.
Iminentemente técnico, o órgão tem foco no bem-estar coletivo e na urbanidade. E o olhar feminino é preponderante no Implurb, que conta com 166 servidoras nos mais diversos postos, cargos e funções, o que representa uma maioria de 56,8%. Com 34 chefias, desde a presidência até as gerências, o instituto também tem maioria delas ocupando o comando, 15 mulheres, o que significa 44%. Em 18 setores da autarquia elas também são maioria.
Para o diretor-presidente do Implurb, engenheiro Carlos Valente, homenagear as mulheres é simbólico e importante. “Mas temos que homenagear na forma de respeito ao seu trabalho, de respeito à sua valorização profissional, aos seus direitos femininos, de mãe, de esposa, na salvaguarda de sua segurança. E não só no dia 8, mas todos os dias. É respeitar o ser humano que ela representa”, comentou.
Simbolismo
No Implurb, órgão onde elas são a maioria, com mais de 56% do quadro, ao longo dos 15 meses da administração David Almeida, Valente sempre repete que tem muito orgulho de comandar o Implurb por sua equipe. “Com as técnicas, arquitetas, engenheiras, auxiliares, assessoras, o meu gabinete. É muito aprazível, profissionalmente falando, trabalhar com as mulheres. No cotidiano do trabalho são vistas como profissionais, com suas competências, definições e, acima de tudo, o respeito ao ser humano”.
A arquiteta e urbanista Luiza Lacerda Filgueira, gerente de Patrimônio Histórico Edificado (GPH), está há 16 anos no órgão. Para ela, dentro do universo do serviço público, é fundamental o olhar feminino face aos grandes desafios que a cidade impõe.
“O papel da mulher junto aos órgãos de planejamento faz diferença pelo simples fato de que temos facilidade de identificar problemas e buscar soluções para situações e inconsistências de projetos de forma rápida, gerindo e planejando, simultaneamente no exercício de várias tarefas. Lidamos com leveza mesmo diante de metas e prazos, combinando eficiência e dedicação”, ressaltou.
Urbanismo
Criado há quase 20 anos, substituindo a antiga Empresa Municipal de Urbanização (Urbam), o Implurb é uma autarquia de caráter técnico, responsável pela definição das diretrizes do crescimento da cidade, sua ordenação e ocupação do solo, o uso dos espaços públicos e do controle da legislação em vigor, como o Plano Diretor de Manaus.
A arquiteta e urbanista Jeane da Rocha, diretora de Operações do órgão, está na casa há 21 anos, desde a extinta Urbam, sempre na área técnica de licenciamento e controle de obras. “Todo esse trabalho não seria possível sem a contribuição de uma grande equipe, que conta maior parte dela por servidoras, servidoras mães, esposas, filhas, que conseguem vencer o dia a dia dividindo seu tempo”, disse.
Como urbanista, Jeane da Rocha vê a cidade de Manaus pronta para crescer e amadurecer, principalmente quanto às questões de mobilidade e nos espaços públicos, começando com o olhar bem simples que é a porta de saída da nossa casa. A visão feminina, por natureza, permite ligação entre diferentes atividades e os espaços, conectando pessoas e lugares, com maior flexibilidade e conceito comunitário.
As mulheres agregam valor com facilidade de compartilhar e ter uma gestão mais horizontal, tendo como maior objetivo a comunidade como um todo. Com a ajuda do sexo feminino, o Implurb ganha poder para o desafio de executar resiliência em projetos para o uso coletivo, com sustentabilidade e funcionalidade, ao mesmo tempo que atua no controle e gestão urbana. E tudo com o apoio delas.
Texto – Claudia do Valle/Implurb
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Fotos – João Viana/Semcom
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