A Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) realizou uma Cessão de Tempo, nesta quarta-feira (10), a pedido do deputado Sinésio Campos (PT), para que representantes da Federação das Associações de Desenvolvimento Distrital Emancipalista do Amazonas (Faddeam) manifestassem apoio à criação de novos municípios no Amazonas.
Ao todo, 45 localidades desejam se desmembrar dos municípios atuais e se tornar independentes. É o caso, por exemplo, da Vila Amazônia, distrito de Parintins que possui 15 mil habitantes, número superior à população de mais de 3.200 municípios brasileiros.
Sinésio Campos cobrou a votação da Frente Parlamentar de Criação de Novos Municípios por entender que as divisões geopolíticas do Amazonas estão desatualizadas. “É hora de abrirmos esse espaço e travarmos o debate. Existem problemas graves em distritos que são maiores que os municípios-sede. O distrito de Itapeaçu, por exemplo, fica em Urucurituba e é enorme. Imagina como é você, com poucos recursos, ter que administrar a localidade. A Constituição de 1988, quando retirou o poder de legislar das Assembleias Legislativas, se teve um estado que foi prejudicado foi o Amazonas, diferente do Sul, Sudeste e Nordeste”, complementou o deputado.
Reinaldo Serrão, presidente da Faddeam, afirmou ser a segunda vez que a instituição vem à Assembleia Legislativa para divulgar a luta emancipalista. “Quero destacar que a Assembleia Legislativa do Amazonas é a primeira do Brasil a propor a criação da Frente Parlamentar, dando voz e vez para os distritos. Estamos realizando levantamento de estudos de viabilidade econômica, juntamente com IBGE, e quero elogiar o presidente da Aleam por seu empenho e apoio à nossa luta emancipalista”, agradeceu.
O presidente da Assembleia, deputado Roberto Cidade (União Brasil), lembrou a luta do então deputado Hamilton Cidade, seu tio, pela criação de novos municípios. “Lá atrás, meu tio Hamilton Cidade, defendeu nos anos 1990 e 1991 e conseguiu a emancipação de vários municípios, como Apuí. Sabemos da dificuldade que existe nos distritos do interior. Não só uma dificuldade para quem mora no distrito, mas dificuldade para quem administra a cidade, que muitas vezes não têm recursos para proporcionar uma qualidade de vida melhor para quem mora nas localidades”, afirmou.