O deputado estadual Wilker Barreto (Cidadania) repercutiu nesta terça-feira, 29, em sessão ordinária da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), a Operação Comboio, deflagrada nesta manhã pela Polícia Federal (PF) juntamente com Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM), para apurar possíveis irregularidades na Secretaria de Segurança Pública do Estado do Amazonas (SSP-AM). O parlamentar afirmou que a ação da PF, que mirou servidores e agentes da alta cúpula da SSP-AM, comprova a ineficiência da pasta sob a gestão do secretário titular, general Carlos Alberto Mansur, que está entre os alvos.
A “Operação Comboio”, que está em andamento e ocorreu simultaneamente em dois municípios do Amazonas e no estado de São Paulo, realizou buscas tanto nas dependências da sede da secretaria quanto nas residências de servidores da pasta. Os alvos são suspeitos de integrarem uma organização criminosa para praticarem crimes de extorsão, roubos, corrupção ativa, peculato e lavagem de dinheiro.
“Não é a primeira vez que a cúpula de segurança pública é alvo em operações, não esqueçamos do secretário de inteligência que foi preso. Esta cereja no bolo, se é que posso chamar assim, coroa o desastre de uma política de segurança pública que não existe, é ausente, e de um secretário que não tem condições morais de estar à frente da pasta. Se o governador assim o mantiver, não será novidade porque Polícia Federal no governo Wilson Lima é rotina, onde vira e mexe a sua cúpula de secretários está envolvida em escândalos”, discursou Wilker, na tribuna, lembrando na operação Garimpo Urbano, deflagrada pela PF em 9 de julho de 2021, que investigou o envolvimento dos servidores da SSP-AM no desvio ilegal de aproximadamente 60 quilos de ouro. Na ocasião, foram presos um delegado do setor de inteligência da pasta e policiais civis.
Afastamento
Ainda na tribuna, Wilker sugeriu o afastamento do secretário titular da SSP-AM, general Carlos Alberto Mansur, durante a fase de investigação da PF. A residência de Mansur foi alvo de um dos mandados de busca e apreensão da Operação Comboio, de acordo com informações dos veículos de comunicação.
“A situação do secretário já era insustentável antes dessa operação, pelos números da insegurança, pelo Anuário, pelo estado que hoje é pódio no ranking da violência, é a mesma cúpula que se fez ausente num seminário nacional de segurança promovido pela Assembleia Legislativa. O direito da ampla defesa é justo, mas o secretário precisa se defender fora da função, pois a Administração pública tem os seus princípios e eles foram claramente rompidos com a sociedade. O secretário precisa responder, se defender, mas não no cargo”, finalizou o deputado.
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Texto: Dayson Valente