Com a aprovação de aproximadamente R$ 482 milhões em novos investimentos para a Zona Franca de Manaus, anúncios positivos em relação à gestão do novo Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA) e a apresentação do estudo “Mapeamento de tecnologias desenvolvidas a partir de bioinsumos da Amazônia”, o Conselho de Administração da Suframa (CAS) realizou, nesta quarta-feira (7), no auditório da Autarquia, a sua 307a Reunião Ordinária – última presencial de 2022.
Presidido pelo secretário especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Alexandre Ywata, o evento contou com a participação do superintendente da Suframa, Algacir Polsin, e do governador de Roraima, Antonio Denarium (por videoconferência), bem como de demais representantes de órgãos governamentais e de entidades de classe da região, entre outros.
O evento resultou na aprovação de uma pauta com 24 projetos industriais e de serviços, sendo 11 de implantação e 13 de atualização ou diversificação, que estimam investimentos totais de R$ 481,9 milhões e a geração de 644 novos empregos, bem como faturamento adicional de R$ 2,88 bilhões no Polo Industrial de Manaus (PIM). Com os investimentos aprovados nesta quarta-feira, o CAS fecha 2022 com um total de 201 projetos industriais e de serviços aprovados, que preveem investimentos totais de aproximadamente R$ 6 bilhões e a geração de 9.776 novos empregos na Zona Franca de Manaus ao longo dos próximos três anos.
Destaques da pauta
A pauta da 307a Reunião do CAS teve como maiores destaques as proposições das empresas Tec Toy S/A, para fabricação de teclado para terminal de caixa registradora ou bancária, conjugado com mostrador display e leitor de cartão e/ou código de barras, com investimento projetado de R$ 31,5 milhões e expectativa de geração de 64 novos empregos; e Digitron da Amazônia Indústria e Comércio Ltda, para produção de câmera de televisão para uso em circuito fechado de TV e gravador/reprodutor digital de sinais de áudio e vídeo para sistema de segurança, com investimento projetado de R$ 8,6 milhões e expectativa de geração de 35 novos empregos.
CBA
Durante a reunião, o secretário especial Alexandre Ywata ressaltou o edital publicado no Diário Oficial da União (DOU) dessa terça-feira (6) que trouxe o resultado preliminar da seleção de pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, interessada em se qualificar como organização social e gerir o novo Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA). O documento certificou que a Fundação Universitas de Estudos Amazônicos (FUEA), instituição vencedora da primeira fase do certame, cumpriu também os requisitos para qualificação como organização social.
Iwata explicou que os próximos passos, agora, são a publicação do resultado final pelo ministro da Economia e, na sequência, a publicação do decreto presidencial com a qualificação da entidade sem fins lucrativos, no caso a FUEA, para formalizar a gestão do novo CBA. “Estamos falando da região com a maior floresta tropical do mundo, a maior bacia hidrográfica do mundo e a maior reserva de diversidade bioógica do mundo, então isso que nos anima ainda mais a continuar trabalhando arduamente para cumprir essa prioridade ‘0’ que é colocar o CBA de pé até o final do ano”, afirmou Iwata. “É importante reconhecer o trabalho extremamente intenso e, ao mesmo tempo, recompensador das equipes técnicas da Sepec e de todos os nossos parceiros. Temos convicção de que todo o esforço desempenhado até agora foi muito válido e de que estamos no caminho certo”, complementou.
Bioinsumos da Amazônia
O evento contou também com a apresentação do estudo “Mapeamento de tecnologias desenvolvidas a partir de bioinsumos da Amazônia”, coordenado pelo Núcleo de Inteligência em Propriedade Industrial, criado por meio da Portaria SEPEC/ME nº 4426/21. O estudo surgiu da necessidade de conhecer as principais patentes de produtos e tecnologias que utilizam bioinsumos da região amazônica brasileira. A expectativa é de que os conhecimentos gerados pelo estudo sejam aproveitados, inclusive, em benefício das ações de prospecção do novo CBA.
Entre outros resultados, constatou-se que os pedidos ou depósitos de patentes de maior número com bionsumos da região amazônica foram relacionados ao Açaí (10,1%), Cupuaçu (5,6%) e Babaçu (4,9%), e que os estados brasileiros com mais depósitos de patentes foram Pará (23%), São Paulo (20%) e Amazonas (14%). O estudo também concluiu que os insumos da região amazônica reservam grande potencial para realização de negócios inovadores, os quais poderão fomentar e promover o desenvolvimento social, ambiental e econômico da região.
Pronunciamentos
O superintendente Algacir Polsin aproveitou suas intervenções durante a reunião – a 16a durante sua gestão na Autarquia – para, primeiramente, reconhecer o compromisso demonstrado pelo secretário Alexandre Iwata e por toda a equipe da Sepec/ME para o pleno andamento das demandas de interesse da Suframa e do modelo Zona Franca de Manaus.
Ele também fez um breve balanço de sua gestão de aproximadamente dois anos e seis meses à frente da Autarquia e apontou avanços sensíveis de grande impacto para a comunidade empresarial e produtiva da região, com destaque para fatos como o asfaltamento do Distrito Industrial de Manaus, o andamento do processo de gestão do CBA, a maior celeridade na análise e aprovação de Processos Produtivos Básicos (PPBs) e a ampliação dos mecanismos de transparência e efetividade da aplicação dos recursos da Lei de Informática da ZFM. “Foram diversas iniciativas de melhoria do ambiente de negócios e de aprimoramento do ecossistema produtivo de toda área de abrangência da ZFM. Quero agradecer a todos os segmentos da sociedade, todos os nossos parceiros e reconhecer também a dedicação de todos os servidores da Suframa. Os ótimos resultados alcançados só foram possíveis graças ao elevado compromisso e também à grande capacidade de integração e sinergia demonstrados por todos esses atores”, afirmou Polsin.
Por fim, o secretário especial Alexandre Ywata reconheceu os avanços e resultados alcançados pela Suframa e pelo modelo Zona Franca de Manaus ao longo dos últimos anos e afirmou esperar que essa trajetória de crescimento possa ter continuidade e ser ampliada ainda mais. “Os números estão aí, gostamos de olhar as evidências acima de tudo, acima das narrativas. Vemos também o Brasil bastante pujante, a despeito das dificuldades, da pior crise pandêmica da história do País, da pior crise hídrica e de uma guerra que desorganizou as cadeias globais de valor, mas que, por outro lado, também trouxe oportunidades como a potencial atração de uma indústria de semicondutores para a região. Então são muito evidentes todos os avanços e todo o histórico fantástico que a Suframa tem tido nos últimos anos e nós acreditamos que essa tendência de números animadores terá continuidade”, reforçou.