A 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, popularmente conhecida como COP 27, foi aberta oficialmente no domingo (06.11), na cidade de Sharm El-Sheik, no Egito. O encontro, que reúne delegações de cerca de 200 países, tem mais de 45 mil participantes registrados, prosseguirá até o dia 18 de novembro e deverá ser marcado como a maior edição da COP já realizada.O Brasil, que participará de todos os dias do evento, abriu oficialmente seu estande na COP 27 neste domingo e já começou a receber a visita dos participantes estrangeiros. Além de acompanhar as palestras e debates promovidos por especialistas da esfera federal e de outras entidades ligadas aos temas da conferência, cuja programação tem início na terça-feira (8.11), quem visitar a estrutura do Brasil terá a chance de fazer um tour pela Amazônia, um dos destaques da casa no Brasil em Sharm El-Sheik.
Por meio de óculos especiais, os visitantes serão levados a uma viagem de realidade virtual que os permitirá visitar diversos pontos da Floresta Amazônica. Eles navegarão pelas águas do Rio Amazonas, acompanharão trilhas abertas na floresta, visitarão uma típica residência ribeirinha e viverão a experiência de visitar o Observatório da Torre Alta da Amazônia (ATTO), um importante projeto de pesquisa, instalado no meio da floresta, a cerca de 150 quilômetros ao norte da capital Manaus.
No centro do Observatório de Torre Alta há uma torre de aço de 325 metros de altura, maior do que a Torre Eiffel, em Paris. A estrutura do centro de pesquisa para onde o visitante da COP 27 será levado também inclui duas outras torres de 80 metros de altura, além de diversos laboratórios em contêineres e um acampamento para acomodar os cientistas e técnicos que lá trabalham com o objetivo de expandir nosso entendimento da Floresta Amazônica e suas interações com o solo abaixo e a atmosfera.
O estande do Brasil conta ainda com o espaço interativo Green Energy, uma área imersiva repleta de telões de led de última geração, onde será possível experimentar sensações ligadas às fontes de energia limpa amplamente utilizadas no Brasil – vento (eólica), calor (solar) – além do barulho do mar, para representar a eólica offshore, aquela gerada pelo vento que sopra em alto mar e que se configura em um campo de imenso potencial de geração de energia limpa para o país nos próximos anos.
A casa do Brasil na COP 27 abriga também uma área de recepção, um estúdio para a realização de palestras presenciais e online com interação direta com o Brasil, além da área onde serão realizados os painéis. Toda a estrutura dispõe de sistema de tradução simultânea para inglês e português. Pautas principais
O exemplo brasileiro na geração de energia é um dos principais temas que a delegação nacional apresentará durante a COP 27 no Egito. O Brasil já se destaca por possuir uma das matrizes mais limpas do mundo e atualmente sua matriz elétrica atinge 85% de fontes renováveis, contra uma média de 28% do restante do planeta. Em Sharm El-Sheik o país vai além e apresentará ao mundo sua vocação para a instalação de eólicas offshore, cujo potencial de geração de energia chega a 700 gigawatts.
A força do país no campo da agricultura sustentável é outro ponto de destaque na COP 27. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil deverá bater mais um recorde na produção de grãos, com expectativa de atingir 312,4 milhões de toneladas na safra de grãos 2022/2023.
O trabalho de tecnologia reversa também será apresentado. O Brasil é o recordista mundial na reciclagem de latas de alumínio e se destaca também no trabalho desenvolvido com eletroeletrônicos, defensivos agrícolas, baterias de chumbo, óleo lubrificante e medicamentos, entre outros.Painéis
O estande do Brasil terá seis painéis sendo realizados no primeiro dia de programação com os palestrantes.Representantes do Governo Federal e outras entidades e organizações debaterão a Integração do Mercado Global de Carbono, o Futuro Verde na Mobilidade Urbana, a Rede de Governança, o Aperfeiçoamento do Inventário Nacional de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (GEE), o Mercado de Capitais e Ativos Ambientais e o Projeto Escola +Verdes.
O estande do Brasil na COP 27 tem o apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI), da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE).