Aleam realiza Cessão de Tempo para explanação sobre saúde mental, em alusão à campanha “Setembro Amarelo”

A pedido do deputado Cristiano D’Angelo (MDB) foi realizada Cessão de Tempo, na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), nesta quinta-feira (28), em favor da médica psiquiatra Silvia Batista Nery e da psicóloga Alida Melendez, que falaram sobre saúde mental, em alusão à campanha “Setembro Amarelo”, promovida em todo país e voltada à prevenção ao suicídio.
Primeira a se manifestar, a psiquiatra falou que a intenção principal do “Setembro Amarelo’ é conscientizar a população, especialmente aquela parcela que enfrenta problemas de saúde mental, de que o suicídio pode ser evitado e como procurar ajuda. Nery chamou atenção a necessidade de mais leitos psiquiátricos no estado, citando que os órgãos de saúde indicam a necessidade de um leito de emergência para internação por saúde mental, para cada 23 mil habitantes.
“Tomando como exemplo apenas a capital, onde temos cerca de 2 milhões de habitantes, precisaríamos teoricamente de pelo menos 87 leitos psiquiátricos, e temos hoje apenas 16 no Centro de Saúde Mental do Amazonas”, informou a médica.
A falta de leitos se estende também para a demora de uma consulta psiquiátrica ambulatorial, falou a Dra. Sílvia Nery, informando que atualmente existem cerca de dois mil pacientes aguardando por uma consulta pelo SISREG, que demoram, em média, 125 dias. “É preciso estruturar as ferramentas de cuidados com a saúde mental da população, e por isso venho hoje a esta Casa pedir o apoio e ajuda dos deputados na construção de políticas públicas voltadas para o tema”, falou a especialista.
Em seguida, a psicóloga Alida Melendez também  destacou a importância do fortalecimento de políticas públicas sobre saúde mental como parte importante no combate ao suicídio. “O Brasil ocupa hoje o oitavo lugar entre os países com maiores índices de suicídio”, destacou, falando que os estudos apontam que dentre as pessoas que cometeram suicídio, pelo menos uma vez, elas procuraram ajuda.
Reafirmando que a prevenção ao suicídio não se faz apenas com um mês de tratamento, precisando de atendimento complexo e permanente. “Prevenção ao suicídio se faz com base estruturada e fortalecida, com programas efetivos de saúde mental em todos os âmbitos”, disse a psicólogo pedindo apoio dos parlamentares no fortalecimento do trabalho realizados pelos profissionais da saúde mental.