A Prefeitura de Manaus, por meio do Conselho Municipal de Cultura (Concultura), encerrou, neste sábado, 26/2, a oficina de análises de obras audiovisuais e produção de curtas-metragens com celular para adolescentes ribeirinhos e indígenas em vulnerabilidade social, no museu vivo Centro de Ciências e Saberes Karapãna da Aldeia Yupirungá, localizado na rua Cojubins, 160, Tarumã-Açu, zona Oeste.
A oficina, apoiada pelo edital “Manaus Faz Cultura”, facilitada pelo professor doutor Luiz Carlos Martins de Souza, iniciou no dia 15/1, com o objetivo de capacitar os participantes a dominarem as principais etapas da abordagem discursiva de análise fílmica; dominar elementos básicos da construção de roteiros e de argumentos de documentários e ficções em curta-metragem; enumerar e contrastar os elementos básicos de linguagem cinematográfica: planos, movimentos de câmera, ângulos, montagem, e estrutura do roteiro, e, desenvolver histórias e documentários que retratem a vida e a cultura amazônida através dos dispositivos de captura de imagem acessíveis em celulares.
De acordo com o presidente do Concultura, Tenório Telles, o curso vai auxiliar não somente no ensino, mas, também, no armazenamento dos costumes e tradições dessa população, por meio de documentários produzidos por eles mesmos.
“A maioria possuía um aparelho celular mas não tinha noção de como usar corretamente na hora de produzir um filmete, por exemplo. Agora eles têm base para armazenar seus fazeres e saberes tradicionais indígenas, garantindo a preservação de nossa cultura e ancestralidade”, avaliou.
Para a arte-educadora e líder indígena da Aldeia Yupirungá, Maria Alice da Silva Paulino, o curso atende a maior necessidade da comunidade que é ter a tecnologia como aliada ao ensino indígena.
“Nós tivemos muitas dificuldades no período das aulas híbridas, foi aí que surgiu a necessidade de saber usar corretamente o celular para uso na produção de mídia pedagógica no ensino e aprendizagem das nossas crianças e adolescentes”, observou.
Manaus Faz Cultura
O edital lançado em 2021 pelo Concultura, injetou R$ 900 mil na cadeia cultural da cidade, para a realização de 45 projetos artístico-culturais, voltados a crianças, adolescentes e adultos nas diversas zonas da cidade.
Histórico
Luiz Carlos Martins de Souza é professor adjunto da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e psicanalista em formação. Graduou-se em Letras pela Universidade Federal do Amazonas (1992), onde também estudou Comunicação Social/Jornalismo (inconcluso) e fez o mestrado em Letras (2000). Doutorou-se em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp, 2012), realizou estágio doutoral na University of California, Los Angeles (Ucla/EUA, 2010), com bolsa do programa RH-Posgrad Fapeam, pesquisando a discursividade no cinema.
Além de atuar como documentarista, curta-metragista e roteirista, tem experiência na área de Lingüística, com ênfase em Análise de Discurso. Desenvolve trabalhos sobre estudos dos processos de significação, ensino de Língua Portuguesa como primeira e segunda língua, identidade amazônica, produção textual, estudos sobre as relações entre linguagem verbal, audiovisual, psicanálise e ideologia (em roteiros de cinema, filmes, documentários, vídeos, redes sociais e educação a distância).
Texto – Emanuelle Baires / Manauscult
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Fotos – Altemar Alcântara / Semcom
Disponíveis em – https://flic.kr/s/aHBqjzDQ8N
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