Culinária, cultura e religiosidade foram retratadas de modo interdisciplinar durante toda a semana nas escolas estaduais.
A Secretaria de Estado de educação e Desporto Escolar informou que, no Dia da Consciência Negra, celebrado neste 20 de novembro, diversas escolas estaduais de Manaus promoveram atividades de imersão e mostras culturais para discutir a influência do povo negro na formação da identidade brasileira. As ações ocorreram em unidades como o Ceti Elisa Bessa Freire, a EE Maria Amélia do Espírito Santos e o CEJA professor Paulo Freire, entre os dias 17 e 19 de novembro, com culminâncias em datas específicas de cada escola.
Atividades no Ceti Elisa Bessa Freire
No bairro Jorge Teixeira, zona leste de Manaus, o Ceti Elisa Bessa Freire recebeu, nos dias 17 e 18 de novembro, a “4ª Mostra Cultural afro-brasileira: Ipenija ti Orishas o Desafio dos Deuses”. A programação representou por meio de peças teatrais os orixás Iemanjá, Iansã, Xangô, Oxóssi, Oxum e Ogum, praticados em religiões de matriz africana, como o Candomblé e a Umbanda.
Durante a mostra, as turmas participaram também de uma gincana com desafios e questões relacionadas à temática.
De acordo com a professora Dorotéia Duarte, que leciona história e coordenou a atividade, os estudantes trabalham questões relacionadas à negritude desde o ano de 2024. “Existem muitos preconceitos, racismo, voltados para essa temática, então esse ano nós decidimos abordar o tema por considerar importante e urgente trabalhar a quebra desses estereótipos”, completou a professora.
Seminário na EE Maria Amélia do Espírito Santos
A EE Maria Amélia do Espírito Santos, no bairro Dom Pedro, zona centro-oeste de Manaus, realizou o 1º Seminário Transdisciplinar Consciência Negra entre os dias 17 e 19 de novembro. alunos do ensino médio participaram de apresentações sobre cultura afro, que incluíram desde a culinária até manifestações de religiosidade, além de aulas sobre educação antirracista.
A escola promoveu atividades com especialistas em questões raciais que abordaram temas como a educação como ferramenta antirracista, a ancestralidade e o racismo como produto da desigualdade social. Segundo a diretora Elisângela Guedes, a programação contribuiu para ampliar a consciência e a sensibilidade dos alunos sobre o racismo estrutural.
No evento, os estudantes montaram uma feira para expor pesquisas realizadas em sala de aula ao longo de quinze dias e encerraram com apresentações culturais, incluindo desfile da beleza negra, axé, samba de roda, capoeira e toadas de boi-bumbá. A aluna Jamilly Souza, 18, da 3ª série do ensino médio, destacou a data como momento para reforçar a luta antirracista: “Nós sabemos que é uma causa que não deve ser comemorada só no mês de novembro, mas nós decidimos frisar a importância de combater o racismo, seja ele religioso, cultural, estrutural ou de raça”.
Atividades no CEJA professor Paulo Freire
No centro de Manaus, o CEJA professor Paulo Freire trabalhou o combate ao racismo durante toda a semana com estudantes da EJA, em turmas dos turnos matutino, vespertino e noturno, e realizou uma culminância no dia 19 de novembro. As atividades englobaram estudo sobre a herança histórica de quilombolas, africanos e afrodescendentes, além da confecção de cartazes, recortes e máscaras com explicação de seus significados.
A culminância contou com apresentações sobre figuras históricas do movimento antirracista, apresentação cultural de maracatu e ações no pátio da escola. A aluna Flaviana Silva, da turma 8, afirmou que o trabalho foi enriquecedor e valorizou a oportunidade de retomar o vínculo com a escola: “Eu estou muito feliz e gratificada por esse trabalho. É meu último ano aqui na escola… eu fico muito emocionada porque eu tinha esquecido que escola era isso”.
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