Uma Cessão de Tempo, de iniciativa do deputado Rozenha (PMB) foi realizada na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), nesta quarta-feira (11), cedendo espaço a Marcos Benatar Facuri e Ana Paula da Silva Oliveira, pais de pessoas que morreram em consequência de possíveis procedimentos errados na rede Hapvida.
O deputado Rozenha (PMB) enfatizou que a rede atende 416.343 usuários no Amazonas, mas possui apenas 200 leitos. “Quem pode atender esse quantitativo com qualidade sem ter estrutura? A estratégia da Hapvida é vender planos a um preço de dumping, matando os concorrentes, criando volume de receita e administrando os problemas que surgirem. Apenas 200 leitos para mais de 416 mil usuários é impossível atender com qualidade. O negócio da empresa é faturamento, aumento de receita, valorização de ações. O negócio deles é dinheiro, não é saúde”, resumiu.
Na oportunidade, os pais falaram sobre os acontecimentos que levaram seus filhos à morte, criticando o descaso no atendimento. Marco Benatar perdeu a filha em um procedimento pelo qual ela esperou quase 17 horas para ser operada e foi contaminada no ambiente hospitalar pelo tubo de ventilação. “Eles são canalhas e até nos ameaçaram. Infelizmente fui enganado pelo Hapvida, que não é um hospital, é um matadouro. O Hapvida não trata de saúde, é o ‘Hapmorte’, sentenciou.
Também em depoimento na Aleam, Ana Paula Oliveira relatou que perdeu a filha vítima de sepse dentro da Hapvida. “A demora no atendimento correto é a falha que acaba causando dano irreparável aos pacientes. Foi o que aconteceu aos nossos filhos. É claro que não houve cuidado e zelo no atendimento. Nós, mães e pais aqui presentes seguimos com uma companheira constante: a saudade. E precisamos de justiça para os nossos filhos. Olhem por nós, vocês que são pais”, pediu aos deputados.
A deputada Mayara Pinheiro (Republicanos) sugeriu a criação de uma Comissão Especial para convocar os representantes da Hapvida para uma Audiência Pública. Também, durante a Cessão de Tempo, o deputado Mário César filho (UB) lembrou do caso de um senhor de 74 anos que, no período carência, deu entrada em uma unidade da Hapvida com uma emergência.
“Mesmo assim foi orientado a buscar um hospital público, sendo preciso os familiares ingressarem na justiça para garantir o atendimento dele, já que em questão de urgência e emergência não existe carência a ser cumprida”, explicou.