Em discurso na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), na manhã desta quarta-feira (03/10), a deputada estadual Joana Darc (UB) chamou atenção das autoridades mundiais para a seca que atinge o Estado. Na oportunidade, a parlamentar ainda pediu apoio dos famosos e digitais influencers que são assíduos nas questões ambientais do mundo.
Segundo análise do Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), com base em medições da Agência Nacional de Águas (ANA), a situação é preocupante em diversos rios no Amazonas, como o Negro e o Solimões, com uma previsão pessimista para os próximos três meses. As vazões abaixo da média histórica também afetam os rios Madeira, Juruá, Purus e Xingu.
“Cadê as pessoas que ganham dinheiro com o slogan “Salve a Amazônia”? Cadê as pessoas que se importam, de verdade? Até agora nada, tão impactante, na imprensa nacional e tampouco na mundial. Não estão mostrando as proporções do tamanho em que a Amazônia está sofrendo. Cadê os famosos e os digitais influencers que dizem lutar pela Amazônia?”, indagou a parlamentar.
A seca severa que atinge a Amazônia neste ano pode bater recorde e se estender até o mês de janeiro de 2024, segundo previsão do Cemaden, que é ligado ao governo federal.
Animais sofrendo com a seca
Presidente da Comissão de Proteção aos Animais, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CPAMA-Aleam), Joana ainda destacou que, devido à seca, animais aquáticos e semi aquáticos estão morrendo. A parlamentar falou sobre a morte de, pelo menos, 110 animais mortos, entre eles botos-cor-de-rosa, em uma semana no Lago Tefé, no Amazonas.
“O Amazonas e a Amazônia são conhecidos pela riqueza da fauna e flora, e o que mais chama atenção nessa diversidade, em questão animal, é o boto-cor-de-rosa, mamífero esse que está sofrendo e morrendo com a seca e com o rio quente. O Instituto Mamirauá encontrou mais de 100 animais mortos, isso em uma área isolada, agora imagina no Amazonas todo”, disse.
O balanço, citado pela deputada, foi realizado pelo Grupo de Pesquisa em Mamíferos Aquáticos Amazônicos do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. De acordo com os pesquisadores do Mamirauá, medições feitas na água do Lago Tefé revelaram que a temperatura chegou a 40°C em uma profundidade de três metros. Até então, a temperatura média histórica mais alta era de 32°C.