Durante uma reunião realizada nesta segunda-feira (25/09) na sede do Governo do Amazonas, líderes indígenas da etnia Mura, que habitam Autazes (localizado a 112 quilômetros da capital), expressaram seu apoio ao avanço da exploração de potássio no município. Os indígenas entregaram ao governador Wilson Lima a ata da reunião feita entre as lideranças em que concordam com a extração do minério na região.
O deputado Sinésio Campos (PT) participou da reunião, e repercutiu o assunto na sessão plenária desta terça-feira (26) na Aleam. O parlamentar defende a exploração sustentável do potássio há mais de 15 anos, realizando diversas reuniões e audiências públicas para discutir o tema. Segundo o parlamentar, a concordância dos povos indígenas é um dos requisitos fundamentais para que o minério possa ser extraído. “Nesse caso não temos exploração mineral em terra indígena, os Mura fazem parte das populações afetadas, que devem ser ouvidos. Os caciques e tuxauas Mura se reuniram e convidaram a empresa para prestar esclarecimentos. Em acordo com a empresa, ficaram definidas contrapartidas, como prioridade na contratação de mão-de-obra e apoio na qualificação profissional desses indígenas, garantindo que eles possam viver com dignidade, ao mesmo tempo, em que se preservam todas as tradições culturais desse povo”, declarou Sinésio Campos.
Durante a reunião ocorrida na segunda-feira, o governador enfatizou a importância do apoio da comunidade Mura não apenas para o desenvolvimento de Autazes, mas também para todo o estado do Amazonas, visto que isso poderia consolidar uma nova matriz econômica para a região. Wilson Lima ressaltou: “Este é um passo fundamental e eu considero o mais importante, que é o processo de consulta ao povo Mura sobre a exploração de potássio em Autazes. Estamos falando aqui sobre a criação de uma nova base econômica no estado do Amazonas. Temos a Zona Franca, que não estamos dispostos a abrir mão, avançamos significativamente na questão do gás natural, e o próximo passo é a exploração do potássio.”
Autazes abriga uma das maiores reservas de potássio do mundo, com mais de 170 milhões de toneladas de cloreto de potássio, de acordo com pesquisas minerais realizadas pela Potássio do Brasil. O potencial de produção pode ser ampliado para suprir 50% do consumo brasileiro até 2030.
A empresa Potássio do Brasil possui um projeto pronto para iniciar a construção da infraestrutura de exploração em Autazes, que está em fase de licenciamento ambiental. O projeto visa fornecer 20% da necessidade de potássio do Brasil a partir de 2027, reduzindo a dependência das importações, que atualmente representam 98% do suprimento brasileiro. O investimento previsto é de US$ 2,5 bilhões ao longo de um período de 23 anos.