Núcleo permitirá atividades de integração acadêmica da ECEME e Instituto Meira Matos Atuação da FAB na Amazônia Ocidental
Por Márcia GranaEquipe Ascom Ufam
O diretor do Instituto de Computação, professor José Luiz de Souza Pio, participou, na manhã desta segunda-feira, 14, representando o reitor da Universidade Federal do Amazonas, professor Sylvio Puga, da solenidade de lançamento do Núcleo de Estudos Estratégicos do Comando Militar da Amazônia (CMA).
O Núcleo permitirá atividades de integração acadêmica da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) e Instituto Meira Matos na Amazônia Ocidental. A programação para o lançamento do Núcleo abrange palestras e conferências sobre a defesa das fronteiras e do espaço aéreo, além de demais ações das Forças Armadas em defesa da pátria na região amazônica.
Rede de colaboração Durante a solenidade, o Comandante Militar da Amazônia, General de Exército Costa Neves, destacou a importância da rede de colaboradores para a realização de pesquisas de alto nível para a defesa da Amazônia. “Precisamos desenvolver pesquisas de alto nível para a Amazônia. O mundo se interessa pela Amazônia. Mas há algo de que os amazônidas se ressentem muito, que é a falta da perspectiva do amazônida na construção dos caminhos futuros. Embora estejamos em uma das regiões mais prósperas do planeta, ela apresenta os mais baixos Índices de Desenvolvimento Humano. Nós, militares, temos muito a oferecer para esse pensar sobre a Amazônia. Sonhamos com nossos esforços sincronizados e empregados de forma sinérgica com universidades, institutos de pesquisa e sociedade demais integrantes da sociedade civil. Cabe a todos nós o compromisso de estudarmos a Amazônia para promover o desenvolvimento sustentável na Amazônia. Que essa iniciativa traga bons frutos para a Amazônia Brasileira”.
Ufam no evento O professor José Luiz de Souza Pio ressaltou a importância da parceria com a Ufam para a atuação estratégica na Amazônia. “A Ufam tem um conhecimento acumulado sobre a Amazônia de mais de cem anos. Tratar qualquer aspecto estratégico para atuação na Amazônia é imprescindível a nossa participação nas questões ambientais, humanas, sociais e tecnológicas. A complexidade da nossa região torna necessária a integração entre as forças armadas e a universidade, viabilizando soluções para problemas que afligem a população, inibindo a ação de ilícitos e garantindo a nossa soberania na região”, declarou. Também presentes no evento, representando a Ufam, estavam o professor Rubem Cesar Rodrigues Souza, diretor do Centro de Desenvolvimento Energético Amazônico da Universidade; a professora Kátia Cavalcante, do Centro de Ciências do Ambiente (CCA) e os professores Iury Bessa e Renan Landau, da Faculdade de Tecnologia ( FT).
Força da sociedade civil A conferência de abertura foi proferida pelo chefe do Estado-Maior do Comando Militar da Amazônia, general Washington Rocha Triani, o qual ressaltou que o Comando Militar da Amazônia é composto por 7 Comandos Oficiais, 64 organizações militares, 23 Pelotões Especiais de Fronteira e 20.150 militares. Ele destacou a importância do apoio da sociedade civil para o sucesso das ações das Forças Armadas. “Ninguém faz nada sozinho. Atuamos de forma integrada porque não existe solução militar sem o uso das três forças e, como os problemas amazônicos são muito complexos, envolvendo mineração ilegal, biopirataria, tráfico de drogas, as três forças agem integradas com a sociedade civil”.
Expectativas Participante do evento, o aluno civil do segundo ano do Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ciências Militares (PPGCM) do Instituto Meira Mattos (IMM) da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) destaca as expectativas em relação ao lançamento do Núcleo. “Minhas expectativas com a criação do Núcleo são duas: a primeira diz respeito à aproximação da academia civil, os pesquisadores civis das Forças Armadas. Eu como estudante civil da ECEME percebo os problemas dessa distância que, por vezes, acaba se manifestando pela própria formação separada que os militares possuem em relação aos principais centros de produção científica do país. Portanto, o Núcleo é mais uma forma das instituições militares visualizarem que não estão sozinhos. Não são os únicos preocupados com as agendas de pesquisa sobre segurança, soberania, sustentabilidade, desenvolvimento e outras temáticas centrais da Amazônia. Minha outra expectativa é o desenvolvimento da pesquisa regional. Acredito que a criação do núcleo, em um futuro não muito distante, pode produzir mais meios de desenvolvimento da ciência na Amazônia acerca das temáticas sobre Amazônia. Eu sou de Macapá-AP, todavia, minha formação acadêmica, que é na área de Defesa desde a graduação, foi integralmente realizada no Rio de Janeiro; ou seja, para estudar Defesa na graduação, precisei ir para o Rio de Janeiro, e para pesquisar Amazônia sob a lente da Defesa em uma instituição militar, precisei continuar no Sudeste. Talvez, a longo prazo, essa distância seja diminuída em função de iniciativas como o núcleo”