Idealizado pela Suframa com o objetivo de divulgar potencialidades advindas da Lei de Informática na área de abrangência da Zona Franca de Manaus (ZFM) e impulsionar o ecossistema de inovação tecnológica na Amazônia, foi realizada na manhã desta quinta-feira (22), a abertura do “1º Workshop da Lei de Informática – Edição Amapá”. O evento, realizado em parceria com o Governo do Amapá, por meio da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Setec/AP), ocorreu no Auditório do Bloco de Engenharia Elétrica e Ciência da Computação da Universidade Federal do Amapá (Unifap), na Rodovia Josmar Chaves Pinto, km 2, no Jardim Marco Zero.
O superintendente da Suframa, Bosco Saraiva, destacou que a realização do workshop integra planejamento da Autarquia de disseminar as vantagens e irradiar os benefícios da ZFM para todos os Estados componentes do modelo. “Viemos aqui para deixar claro que há recursos disponíveis para a ciência e o desenvolvimento tecnológico na Amazônia. Trouxemos nossos técnicos da Suframa para esclarecer todos os detalhes de como é possível acessar esses recursos, que inclusive podem também ser acessados por startups e por quem quiser empreender na área tecnologia. É assim que podemos descobrir e podemos formar ‘gênios’ aqui na nossa região”, frisou Saraiva.
O Amapá foi escolhido para ser o primeiro Estado a receber o workshop por ter apenas 1% de instituições credenciadas no Comitê das Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento na Amazônia (Capda) e, portanto, habilitadas a receber recursos destinados à Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). Das 136 unidades habilitadas, 78% são do Amazonas, sendo 56% delas de Manaus; 10% são de Rondônia; 6% do Acre; e 5% de Roraima. Ainda em fase de apuração, a estimativa é que, em 2021, as empresas beneficiadas pela Lei de Informática investiram cerca de R$ 1,6 bilhão em PD&I.
O diretor de Planejamento e Articulação de Políticas da Sudam, Paulo Roberto Ferreira, salientou o evento como uma demonstração do alinhamento da instituição com a Suframa, juntamente como o Basa, e assinalou a importância de inovações com o uso da biodiversidade amazônica. “É um evento muito rico porque ele mostra o quanto é possível colocar recurso que vai resultar não só em inovação, melhoria, mas sobretudo está ligado à comunidade, porque a pessoa que mexe com o peixe, o couro do peixe, ele está beneficiando diretamente o pescador. Ele está envolvendo a comunidade. Se a gente quer manter essa floresta em pé, a gente tem que tirar o proveito da biodiversidade da Amazônia. A gente tem que aproveitar os recursos naturais que existem aqui e até mesmo aproveitar aquilo que aparentemente é lixo, como o caroço do açaí, transformando o que seria resto em uma riqueza”, explicou.
Na avaliação do titular da Setec/AP, Edivan Andrade, o worksop representa um encontro histórico para o Amapá e, principalmente, um incentivo para um Estado que ainda precisa melhorar em termos de indicadores sociais e desenvolvimento. “É uma foto que vai ficar marcada para a história e a gente espera que essa fotografia, esse retrato represente muito investimento no Amapá, muita vontade das instituições de ciência e tecnologia para se credenciar no Capda e captar recursos para desenvolvimento, inovação, tecnologia, que no estado do Amapá nós estamos precisando muito. Os investimentos da Suframa, da Sudam e do Basa aqui, significam muito”, ressaltou.
Programação
Na programação da manhã do workshop, ocorreram, entre outras, as apresentações da Suframa; do Programa Prioritário de Bioeconomia; do Programa Prioritário de Fomento ao Empreendedorismo Inovador; e do Programa Prioritário de Indústria 4.0 e Modernização Industrial. O coordenador-geral de Gestão Tecnológica da Suframa, Rafael Gouveia, e o coordenador de Monitoramento Tecnológico da Suframa, Ygor Aroucha Thomé, abordaram aspectos gerais da Lei de Informática, modalidades de investimentos e, principalmente, das regras de credenciamento ao Capda. Nas palestras dos representantes dos programas prioritários foram detalhados seus portfólios de projetos, interesse de projetos de seus investidores, metas, objetivos e principais resultados.
O Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio), por exemplo, detalhou os quatro projetos selecionados no Amapá. No caso, startups com projetos de desenvolvimento de biofertilizante, produção de café de açaí, extração de óleo e couro a partir da pele de peixes. O PPBio pretende apoiar mais 20 iniciativas até o fim do ano. Desde a criação, há quatro anos, o programa já executou 34 projetos com cerca de R$ 27 milhões captados através da Lei de Informática.
Parque tecnológico
O Governo do Amapá e a Suframa assinam na tarde desta quinta-feira (22), no Palácio do Setentrião, sede do governo do Amapá, Centro de Macapá, o decreto que institui o Grupo de Trabalho (GT) que vai elaborar os projetos de criação do Parque de Inovação Tecnológica e o Hub de Inovação do estado. A criação destas estruturas tem o objetivo de desenvolver e implementar políticas públicas que favoreçam a inovação tecnológica e o empreendedorismo amapaense.
Além da assinatura do Decreto de Criação da Comissão do Parque e do Hub e apresentação da Grupo de Trabalho também está previsto no evento, Pitch do Parque Tecnológico; Pitch do Hub de Inovação e o Painel Aquário – Governo, Empreendedorismo Inovador e Ensino e pesquisa.