Na primeira Audiência Pública da Comissão Política Sobre Drogas da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), realizada na última sexta-feira (26), o presidente da Comissão temática, deputado estadual Daniel Almeida (Avante), revelou o descaso e as deficiências da política sobre drogas no Amazonas.
A Audiência reuniu especialistas sobre o tema, autoridades e representantes do terceiro setor que trabalham na recuperação dos dependentes.
Estudo
Há pouco mais de três meses realizando um estudo aprofundado sobre o tema com instituições do terceiro setor, órgãos governamentais e indo até às chamadas “cracolândias”, Almeida pediu para que o assunto fosse tratado com mais seriedade.
“Ao procurar saber o número de dependentes químicos, moradores de ruas e de pessoas afligidas por esse mal, nós vimos o quão necessário é esse debate. Por isso estou chamando atenção da sociedade, do governador, do prefeito de Manaus, que são sensíveis, mas precisamos tratar esse assunto com seriedade, para que tenhamos uma política exitosa”, revelou Daniel em pronunciamento, fazendo apelo para um olhar mais cuidadoso com as minorias.
“Nós vemos diariamente nas ruas esse exército de pessoas que parecem que são fantasmas, que ninguém vê, é preciso que olhemos para essas pessoas com amor. Para isso estamos formando essa rede de apoio que está iniciando essa audiência”, declarou.
A Promotora de Justiça e titular da Promotoria de Justiça de Saúde (Prodhesp), Cláudia Maria Raposo da Câmara, reforçou a ausência de políticas públicas no estado e sugeriu a criação de uma rede de fortalecimento. “Diante da ausência de políticas públicas no Amazonas, as comunidades terapêuticas são muito bem-vindas. De forma voluntária elas são muito importantes, mas temos que pensar numa rede de apoio psicossocial”, declarou.
Diretora-geral do Centro de Reabilitação em Dependência Química Ismael Abdel Aziz (CRDQ), localizado no Km 53 da rodovia AM-010, que liga Manaus ao município de Rio Preto da Eva, Fabia Ileanna, parabenizou o parlamentar e expôs a necessidade da criação de uma rede ambulatorial, que terá a missão de dificultar uma possível recaída do dependente no pós-tratamento. “Estamos precisando de uma rede de apoio ambulatorial, de serviços que possam proporcionar a esses usuários e a família o acompanhamento, a continuidade de tratamento. Tem que ser de uma maneira responsável e integral”, comentou.
Olhar para o interior
Atento e preocupado com o avanço das drogas no interior do Amazonas, Daniel pretende realizar a instalação de comunidades terapêuticas em diversas localidades. O parlamentar vai procurar ajuda do governador e de prefeitos do interior. “Queremos trabalhar para ajudar os ribeirinhos. Para isso, precisamos juntos ver a melhor localização para instalar comunidades terapêuticas, a ideia é que seja uma em cada calha dos rios. Prevenção e tratamento serão muito importantes para a população do interior”, alertou.
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