A Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) homenageou nesta quinta-feira, 25, o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) pelos 100 anos de atuação missionária na Amazônia. O ato solene foi uma iniciativa do deputado estadual Wilker Barreto (Cidadania) como uma forma de celebrar a presença das FMA no Estado e seus primeiros trabalhos desde 1923, quando chegaram em São Gabriel da Cachoeira e perduraram ao longo do centenário com diversas ações educativas e evangelizadoras de crianças, jovens e adolescentes.
A Sessão Especial, que ocorreu no plenário Ruy Araújo da Casa Legislativa, contou com a presença de irmãs, funcionários, alunos e ex-alunos das escolas da Rede Salesiana. Entre os presentes, estiveram a Irmã Paula Battagliola, Conselheira Visitadora do Instituto, representando a Irmã Chiara Cazzuola – Superiora Geral do FMA; Irmã Maria Carmelita, providencial da Inspetoria Nossa Senhora da Amazônia; e a presidente da Federação Nossa Senhora da Amazônia, ex-aluna das Filhas de Maria Auxiliadora, Terezinha Soares.
Para a Irmã Carmelita, a homenagem é um reconhecimento do valoroso trabalho educacional do instituto em prol de inúmeras gerações ao longo desses 100 anos através de obras não formais, atividades de promoção social, cursos profissionalizantes, voluntariado, assistência às famílias e o oratório festivo, considerada a atividade pioneira e tipicamente salesiana.
“Agradeço a todas as pessoas que tornaram esse evento uma realidade, através do reconhecimento do que se trata de uma obra de Deus. Há 100 anos, as filhas de Maria Auxiliadora atravessaram o Brasil e iniciaram uma obra educativa na Amazônia, num dos locais de mais difícil acesso da nossa região que é São Gabriel da Cachoeira. Somos gratas a todas as pessoas que, ao longo desses 100 anos, caminharam lado a lado com o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora em prol da educação da juventude nos mais diferentes espaços e situações sociais”, disse a irmã.
A superiora geral do Instituto FMA aproveitou para também agradecer ao deputado Wilker Barreto pelo ato solene. “Gratidão a esta Casa, na pessoa do deputado Wilker, pelo reconhecimento e incentivo a todas as pessoas e instituições que hoje tornam possível darmos continuidade a nossa missão educativa que é cheia de desafios. Iniciamos hoje o segundo centenário da nossa presença na Amazônia. Muito obrigada”, finalizou.
Na ocasião, Barreto entregou uma placa de homenagem às irmãs Battagliola e Carmelita pelo reconhecimento ao trabalho social do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora.
Agradecimento
Autor da propositura, Wilker enalteceu o legado centenário construído pela instituição FMA e afirmou que os frutos da ação missionária continuarão sendo colhidos por muitos anos.
“Em nome do Amazonas, quero agradecer pelo que vocês fizeram e ainda vão fazer pelo nosso povo. Onde chegou uma filha de Maria Auxiliadora, chegou para socorrer o mais humilde, isso quem mostra é a história dessa belíssima instituição. Já me comprometo a destinar recursos ano que vem para ajudar nas obras conduzidas pelas Filhas de Maria Auxiliadora. Tenho certeza que daqui a 100 anos, outros deputados estarão aqui comemorando os duzentos anos desse trabalhou que só plantou o bem”, finalizou.
Histórico
O Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora foi criado em 5 de agosto de 1872, na cidade de Mornese, Diocese de Acqui, Itália. Nasceu do encontro de dois vocacionados para o atendimento religioso, educacional e social das crianças e jovens. O padre, conhecido por Dom Bosco e a Jovem Maria Mazzarello. Ele trabalhando, abrigando, protegendo os meninos de Valdocco, sediado em Turim e ela cuidando das meninas necessitadas de Mornese, oferecendo abrigo e ensinando-lhes a costurar, para que pudessem prover a própria vida num tempo muito duro para todos.
Já em 1877, portanto, apenas cinco anos depois da criação, as Filhas de Maria Auxiliadora chegaram ao continente americano. Em 1879, outras chegaram à Argentina e em 1892 ao Brasil, começando por São Paulo, cidade de Guaratinguetá, onde sua presença foi fundamental para o desenvolvimento e a educação feminina. Daí partiram para o Mato Grosso, Minas Gerais e outros pontos do Território Nacional.
A cooperação e a fraternidade se mantinham na realização da obra e do carisma de Dom Bosco e Madre Mazzarello: “ser resposta de salvação para os jovens e povos do mundo inteiro”. Assim é que, atendendo ao pedido dos padres já em ação no Amazonas, as irmãs aqui chegam em 1923, fixando-se em São Gabriel da Cachoeira, no trabalho quase que exclusivo com a população indígena. Chegaram em fevereiro e já no mês de março deram início às atividades escolares propriamente ditas. Começaram pelo internato, e logo depois o externato. Também lhes foram confiados o dispensário e o hospital da cidade.
Esta fertilidade ativa e a missionariedade é que impulsiona a vinda de outras irmãs para o Amazonas. Assim, ano de 1934 foi fundada em Barcelos; em 1946, foi fundada a missão de Pari Cachoeira; 1950, Santa Isabel e em 1976 Assunção do Içana. As Filhas de Maria Auxiliadora já estiveram presentes em Humaitá e ainda mantêm casa em Manicoré. Também estão em Porto Velho – Rondônia, Belém – no Pará e Rorainópolis, em Roraima.
As Irmãs hoje são parte da vida de um sem número de cidadãs e, mais recentemente, cidadãos da capital amazonense. Aqui começaram em 1930, com o tradicional Colégio Nossa Senhora Auxiliadora. Em 1937 fundaram o Patronato Profissional Santa Teresinha, atualmente Centro Educacional Santa Terezinha. Da expansão da cidade surgiu, em 1969, a Escola Santa Maria Mazzarello, no bairro Alvorada e, em 1986, uma obra totalmente nova, a Casa Mamãe Margarida, no bairro São José, destinada a ser Abrigo Institucional, oferecendo além da educação formal, atendimento socioeducativo e acompanhamento às famílias de meninas e jovens que se encontram em vulnerabilidade social. Hoje são mais de 10 mil crianças, adolescentes e jovens atendidos em 21 casas.
Em todas as Casas, como no mundo inteiro, há grupos associativos de ex-alunas e ex-alunos denominados Uniões que, de forma organizada e voluntária, formam uma Associação de alcance mundial.
Jornalista responsável: Nathália Silveira (92) 98157-3351Texto: Dayson Valente