Por Sebastião de Oliveira
Equipe Asm Ufam
O artigo “Tempos de pandemia: efeitos do ensino remoto nas aulas de Química do Ensino Médio de uma Escola de Benjamin Constant”, de autoria do professor Agmar José de Jesus Silva do Instituto de Natureza e Cultura da Universidade Federal do Amazonas (INC/Ufam) foi o mais lido entre os artigos publicados no Journal of Education, Science and Health – JESH, em 2022.
O JESH é uma revista multidisciplinar, com periodicidade trimestral e publicações em fluxo contínuo.
O artigo desenvolvido durante o período da pandemia da Covid-19, teve como objetivo avaliar o desenvolvimento do ensino remoto e as dificuldades encontradas no ensino e aprendizagem de Química de um grupo de estudantes do terceiro ano do Ensino Médio da Escola Estadual Imaculada Conceição, de Benjamin Constant (AM). O artigo é fruto da parceria entre Seduc-AM e um grupo de alunos do curso de Licenciatura em Ciências: Biologia e Química do INC/Ufamm e teve a colaboração da professora Alcinei Pereira Lopes, docente do Instituto. De acordo com o professor, a pesquisa foi planejada e executada juntamente com os alunos da disciplina de Redação Científica, ministrada no período letivo de 2020/1.
Segundo Agmar Silva, o artigo é um estudo de caso de abordagem quali-quantitativa, cuja coleta de dados foi feita através de um questionário semiestruturado que buscou analisar como foi desenvolvido o processo de ensino e aprendizagem da disciplina de Química na Escola, em dois momentos cruciais: anterior e posterior ao surgimento da pandemia de Covid-19.
“Os resultados revelaram muitas respostas interessantes, como o grau de contaminação dos alunos pela Covid-19, os métodos de ensino utilizados pelo docente antes e após o surgimento do estado de pandemia no município, as dificuldades enfrentadas para adaptação do professor e alunos ao ensino remoto e o uso de tecnologias digitais educacionais na escola. Além disso, o manuscrito relatou aspectos importantes dos efeitos psicossociais da pandemia na vida da comunidade escolar, especialmente dos discentes”, disse Agmar Silva.
Para ele, a repercussão em nível internacional foi surpreendente. “Na verdade, ficamos surpresos com a repercussão obtida. Apesar de buscarmos sempre fazer um trabalho de boa qualidade, não passou pela nossa cabeça que o artigo pudesse ser o mais lido do ano nesse periódico. Contudo, ficamos muito felizes pelo reconhecimento conferido pela revista e pelo número de leitores conquistados. Isso nos incentiva a realizar trabalhos com maestria, o que favorece, principalmente, os alunos do Instituto envolvidos com a pesquisa”, completou.
O docente disse que a educação local não ficou estagnada durante a pandemia. Segundo ele, foram empenhados esforços da comunidade docente, discente e técnicos administrativos, no sentido de minimizar os danos causados à educação durante o período pandêmico. “Claro que houveram muitos impactos, mas, à medida que se buscou conhecer os impactos e as dificuldades enfrentadas, propiciou a formação de um arcabouço capaz de germinar alternativas que contornassem as dificuldades. A notícia do sucesso da publicação foi muito comemorada no Instituto e na Seduc, principalmente pelos alunos envolvidos que se tornaram protagonistas de sua própria história”, expôs o professor.
“Temos outros trabalhos recentes publicados, e alguns outros em andamento. Nossa ideia é continuar focando na produtividade e contribuir para o avanço da Ciência em nosso município”, finalizou o professor.