Fechando as comemorações de 353 anos do aniversário da capital amazonense, a Prefeitura de Manaus realizou um evento de confraternização, com os artistas indígenas e a imprensa, encerrando a 2ª Mostra de Arte Indígena de Manaus. O palco da celebração foi o Palácio Rio Branco, no Centro, com a organização da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult) e do Conselho Municipal de Cultura (Concultura).
“A Mostra de Arte Indígena de Manaus é uma das ações culturais mais expressivas do país, pelo reconhecimento que faz de nossa ancestralidade indígena”, destacou o presidente do Concultura, Tenório Telles.
Para essa edição especial a Mostra foi ampliada para 26 artistas residentes em Manaus, com convidados de 12 etnias que expuseram obras de arte, como quadros, esculturas e vestimentas com grafismos, expressando suas culturas e cosmologia.
“A Mostra de Arte ao longo dos 25 dias, aberta ao público, recebeu mais de 500 pessoas de vários países e estados brasileiros que visitaram a exposição comemorativa do aniversário de Manaus”, informou Telles, que anunciou ainda os preparativos para a próxima Mostra de 2023, como evento oficial relevante para a cena das artes visuais.
A artista Elisangela Oliveira Kulina é estilista e moradora do bairro Parque das Tribos, no Tarumã-Açu. Ela disse que está muito honrada em participar da Mostra. “Estamos tendo uma grande oportunidade e assim conquistaremos cada vez mais os nossos espaços”, afirma.
Já artista Neide Miranha, que apresentou peças de roupas com grafismo indígena que significam “rapidez e o ataque certeiro da cobra, em conexão com a mata”. Ela agradeceu o privilégio de participar da Mostra proporcionada a ela e aos parentes artistas.
O artista visual Amadeu Sateré, 22, nascido no interior de Maués, também é morador do Parque das Tribos, em Manaus, se diz artista desde que se entende por gente. “Aprendi sobre minha cultura ainda pequeno. Hoje em dia uso minha arte para me sustentar e sustentar minha família vendendo artesanatos, telas e peças de roupas pintadas”, conta.
Suas telas têm como significados: formiga tribal, a tucandeira e seus grafismos de palhas, que são símbolos de resistência para os povos indígenas; a outra, o peixe, representa o povo Kambeba do alto rio Solimões, com seus traços de preparação e sabedoria Omágua.
“Gostei muito de poder expor minha arte, minha cultura, não só a minha como a dos outros parentes. Espero que isso possa se expandir e que todos possam cada vez mais conhecer sobre nós povos indígenas, os povos originários”, agradeceu Amadeu, na sua língua: “Waku sese!”, que significa Muito obrigado.
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Texto – Cristóvão Nonato / Concultura
Fotos – João Viana / Arquivo Semcom
Em anexo
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