A Prefeitura de Manaus deu início às comemorações dos 353 anos do aniversário de Manaus, nesta quarta-feira, 5/10, no Palácio Rio Branco, no centro histórico, com a 2ª Mostra de Arte Indígena de Manaus, realizada pela Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult) e o Conselho Municipal de Cultura (Concultura).
O prefeito David Almeida em sua mensagem afixada no salão do palácio ressalta que a realização da primeira mostra em 2021 teve a intenção de dar protagonismo aos artistas indígenas: “Por meio de suas produções recriam as contingências de nossa história, nossa cultura e nossa identidade”. Deixando claro que as políticas culturais se pautam pelo respeito à diversidade e integração, e à herança cultural indígena.
O presidente da Manauscult, Alonso Oliveira, deu às boas-vindas aos convidados e à imprensa, na abertura da mostra, quando destacou a atenção especial e prioridade na política de governo pelo prefeito David Almeida, que no primeiro ano de gestão inaugurou o Memorial Aldeia da Memória Indígena de Manaus, no território sagrado dos povos indígenas, onde foi levantada a Praça Dom Pedro II, além de construir o cemitério indígena no bairro Tarumã.
“Pelo forte simbolismo e presença das culturas dos povos originários na formação da cultura manauara, o prefeito David Almeida fortaleceu a ação e ampliou o projeto da mostra indígena que, na sua primeira edição, exibiu as obras de oito artistas de cinco povos e, na atual, terá representação de 12 etnias e 26 artistas”, destacou Oliveira.
Em seu segundo ano depois do sucesso e repercussão da primeira edição da Mostra Indígena de 2021, o presidente do Concultura, Tenório Telles, destacou a riqueza e diversidade da cidade multicultural que é Manaus, e que abriga tantos grupos étnicos, desde sua fundação pelos europeus, e muito antes com os povos originários.
“Somos a capital indígena do país e, por isso, precisamos dar o justo e merecido espaço nas comemorações que marcam o aniversário de Manaus”, explicou Telles.
Os artistas descendentes dos povos originários participam do evento comemorativo, com uma edição especial ampliada da mostra de artes, com 26 artistas de 12 povos indígenas residentes em Manaus, que estão expondo obras de arte, como quadros, esculturas e vestimentas com grafismos, expressando culturas e cosmologia.
Presentes ao evento estavam o vereador William Alemão, representando a CMM; o titular da Secretaria Municipal de Meio Ambiental e Sustentabilidade (Semmas), Antonio Stroski; a analista técnica, Márcia Lima, representando o Sebrae-AM; e o vice-presidente do Concultura, Neilo Batista.
Curadoria
A curadoria da mostra é feita pelo antropólogo e professor João Paulo Barreto Tukano, que participou da primeira edição. A produção é da artista visual Monik Ventilari.
Tukano ressalta que a primeira Mostra de Arte Indígena foi a descortinação da presença indígena na cidade por meio da exposição de Arte.
“Queremos quebrar os preconceitos e abrir caminho para o diálogo entre os diferentes povos que habitam neste território, com concepções próprias de existências e manifestações cultuais”.
E reafirma que esta segunda mostra com o tema “Minha Cultura” é a afirmação que a Prefeitura de Manaus, via Concultura e Manauscult, reafirma seu compromisso com os povos, reconhecendo que a cidade de Manaus é formada por diversidades de povos indígenas e não indígenas.
“A participação de artistas indígenas de diversos povos fala por si só sobre a diversidade cultural e faz Manaus ser uma capital pluricultural”, afirma.
Artistas e povos
A Mostra de Arte Indígena de Manaus é uma das ações culturais mais expressivas do país, pelo reconhecimento que faz da ancestralidade indígena local.
Os artistas e quadros apresentados na mostra são dos artistas: Dani Sateré, Tuniel Auaretê Mura, Tayná Sateré, Elisete Ticuna, Jaime Diakara Dessana e Francisco Yarikawa Kokama, Francisco Tchampan Maricaua Kokama, Kawena Kokama (Clã Maricaua), Chermie Ferreira Kokama, Duhigó (Tukano), Dhiani Pa’saro (Wanano), Iwiri-ki (Apurinã), Yupury (Tukano), Sãnipã (Apurinã), Amadeus Sateré, Jorzene Sateré, Mayra Bello Mura, Seanny Munduruku, Ivan Barreto Tukano.
Os trabalhos em artesanato são de Adriana Martins Baré, Lino Mura e Natália Ticuna. As peças em vestimentas são de Angélica Ticuna, Mercedes Tukano, Neide Miranha, Seanny Munduruku, Mayra Bello Mura e Elisangela Oliveira Kulina.
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Texto – Cristóvão Nonato / Concultura
Fotos – João Viana / Semcom
Disponíveis em – https://flic.kr/s/aHBqjA9YXt
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