Para fortalecer a base comunitária na produção de artesanatos e alavancar o empreendedorismo sustentável nas comunidades ribeirinhas da capital amazonense, a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Trabalho, Empreendedorismo e Inovação (Semtepi), visitou na manhã desta terça-feira, 4/10, a comunidade Aldeia Kambeba Três Unidos, situada na altura da boca do rio Cuieiras, localizada à margem direita do rio Negro, região distante a 1 hora e 30 minutos de lancha da cidade de Manaus.
Na ocasião, o subsecretário municipal de Trabalho, Empreendedorismo e Inovação, Gustavo Igrejas, reuniu-se com lideranças comunitárias, artesãos e artesãs, para debater melhorias nas condições de trabalho dos profissionais da economia criativa.
”Essa comunidade é incrível. Aqui eles têm um artesanato muito bonito e muito bem feito. Aliás, o lugar aqui é muito agradável de se estar. Tem restaurante, pousada, passeios e trilhas, vale a pena mesmo conhecer aqui. Como a Semtepi trabalha desenvolvendo e fortalecendo o empreendedorismo sustentável, proporcionando a qualificação dos profissionais, aqui é o local perfeito para investirmos nisso. A Prefeitura de Manaus está criando duas centrais de artesanato na cidade específicas para esse artesanato mais raiz, uma na Ponta Negra e outra no Centro da cidade”, frisou Igrejas.
Com forte vocação para o turismo sustentável, a comunidade dos Povos Indígenas Kambeba, originários das fronteiras do Brasil com os países andinos, existe há 30 anos, e possui 33 famílias, um total de 110 pessoas, entre crianças, jovens, adultos e idosos. A comunidade propõe uma imersão na cultura amazônica tanto para o turista nacional, como o turista estrangeiro, bem como para a população amazonense que escolher experienciar a sua própria cultura local.
O subsecretário também destacou que a visita da Semtepi é o primeiro passo para qualificar a base comunitária na sua produção de artesanatos, valorizar a cultura do empreendedorismo sustentável na região e dimensionar o selo do povo Kambeba para o mundo.
“Então, é muito importante a gente conhecer e pegar esse artesanato que eles vendem aqui para fins turísticos e levar para Manaus, colocar em E-commerce, vender para o Brasil, vender para o mundo, enfim, levar essa beleza que eles fazem aqui para o mundo inteiro”, acrescentou o Igrejas.
A comunidade Três Unidos está dentro da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Puranga Conquista. De acordo com o tuxaua Kambeba, Waldemir da Silva, a comunidade é um paraíso natural e possui um restaurante com gastronomia amazônica chamado “Sumimi”, administrado por mulheres indígenas, um grupo de artesanato com especialidade no vestuário tradicional Kambeba, pintado manualmente com grafismos.
“A visita de vocês da Semtepi é muito importante para a nossa comunidade Três Unidos do Povo Kambeba. Cada vez mais a gente tem o fortalecimento da prefeitura que vem reforçar o suporte para a nossa comunidade indígena, assim trazendo oportunidades de qualificação e geração de renda para o nosso povo, sobretudo valorizando os artesanatos e produtos que cultivamos aqui”, destacou o tuxaua.
Ainda esta semana, acontecerá a inauguração oficial do ‘Centro de Artesanato Kambeba – Asmik’ na comunidade indígena Aldeia Três Unidos. O espaço vai contar com 20 lojas individuais para os artesãos exporem a marca sem igual dos produtos Kambebas; que vão desde acessórios como brincos, colares e pulseiras até objetos decorativos esculpidos em madeira no formato de botos, onças, preguiças e canoas, além de utensílios para a cozinha como colheres e tábuas.
As artesãs Kambebas Maria Lucia Braga, 40 anos, e Tainara Costa, 18 anos, relatam que os seus trabalhos com matéria-prima indígena vêm desde suas infâncias por tradição familiar. Elas contam sobre as atividades que desenvolvem na comunidade indígena Aldeia Três Unidos e expressaram contentamento com a visita da Prefeitura de Manaus na região.
“É muito importante à circulação de turistas que vem visitar a nossa terra. Eu trabalho com tecelagem, faço bastante peneira natural e também trabalho com tinta natural que faço para pintar a minha produção de artesanato. Cada vez mais chegam muitas visitas importantes para todos nós da nossa comunidade. Ainda mais agora que nós temos a nossa feira de artesanatos. Todos nós trabalhamos com produção de artesanato e quando a nossa feira inaugurar vai ser maravilhoso. Vamos apresentar as nossas danças, as nossas bebidas, e as nossas comidas Kambebas para todos que vierem nos visitar”, expressou a artesã Maria Lucia.
A comunidade dispõe de atrativos para imersão e aventura como canoagem, trilhas, prática do arco e flecha, praia, fogueira com narração de lendas e danças, além de hospedagem em pousada, restaurantes e muitos artesanatos indígenas, que ganham o coração dos turistas de passagem pela região. A artesã Tainara Costa, 18 anos, deixa um recado para quem tem curiosidade em conhecer a comunidade Três Unidos.
“A gente valoriza muito as pessoas que vêm até aqui, explicamos direitinho qual é a madeira que temos, qual é a semente que usamos, como é produzido os nossos artesanatos, qual é a importância da madeira para a sustentabilidade. Enfim, tudo isso a gente explica para as pessoas compreenderem que elas não estão levando apenas o objeto, mas sim um artesanato de muito valor cultural”, concluiu Tainara.
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Texto – Samira El kebbe / Semcom
Fotos – Antônio Pereira / Semcom
Disponíveis em – https://flic.kr/s/aHBqjA9UN5
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