Um erro médico poderia ter encerrado os 24 anos de carreira da professora Wiviane Ferreira que, em 2005, durante um tratamento para retirar um tumor (câncer), sofreu uma amputação na perna esquerda. No entanto, a paixão falou mais alto e após três anos afastada da sala de aula, a educadora decidiu superar os limites e voltar à sua profissão, mesmo sabendo dos desafios que enfrentaria.
Para ela, o Dia dos Professores, comemorado na última quinta-feira (15/10), é uma data para ser celebrada, principalmente por manter profissionais tão dedicados à educação. “Nesta data, é muito valioso estar relembrando esta trajetória, pois o caminho da magistratura realmente é tortuoso, mas mesmo diante das dificuldades enfrentadas no cotidiano, tenho a certeza do dever cumprido e que estou no caminho certo”, conclui.
A educadora explica como encarou o processo de adaptação após a amputação do membro. “À princípio, o impacto foi grande, logo pensei, imagina, professora de Ensino Fundamental amputada, como eu iria ministrar aula? Mostrar os movimentos de forma completa? Ensinar as modalidades esportivas? Enfim, muitas dúvidas, muitos medos, porém sempre quis ser professora desde 1996, quando me formei em magistério pelo Instituto de Educação do Amazonas. Assim, decidi ir além e passei a usar prótese para continuar as atividades escolares, porém, hoje, sem prótese (pois não me acostumei), ministro aula nas redes pública e privada e também no Ensino Superior”, disse.
“Wivi”, como é chamada por seus alunos, mantém um grande orgulho de sua trajetória. “Sem dúvida a educação é a base de tudo, hoje, tenho ex-alunos que são colegas de profissão e isso me deixa muito feliz, sinto muito orgulho. Alguns até trabalham com pessoas com deficiência, logo, é mais que emocionante saber que existe um legado e ter a certeza que ali foi brotado uma semente e que irá germinar bons frutos”, continua.
Amor à segunda vista – Um amor à segunda vista, assim podemos definir o caminho da educadora Janeth Graça, que há 10 anos se dedica aos alunos do ensino fundamental. “Não pensei em ser professora, mas sempre digo que a pedagogia me descobriu. Tanto que nem fiz o famoso magistério, mas queria fazer uma faculdade e o meu dinheiro dava para pagar esse curso. Fiz pedagogia, porém a partir do momento que comecei a trabalhar como professora, me apaixonei por essa profissão tão linda”, conta.
Emocionada, Graça descreve como é gratificante colher os frutos dessa dedicação. “Nesta jornada, enfrentei desafios que foram aprendizado para mim, mas o orgulho e a alegria que sinto é poder ouvir de meus alunos que foi através de minhas aulas que muitos aprenderam a ler”, reitera.
Filha de pais analfabetos, a educadora praticamente estudou sozinha. “Mesmo sob as dificuldades que enfrentei, nunca desisti e hoje, estou aqui, sou professora com orgulho porque amo o que faço. Hoje, sou pós-graduada e agora, estou fazendo o meu mestrado e afirmo: é através da educação que você vai conseguir o que quer”, finaliza.